Cultura
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Por O GLOBO — Rio de Janeiro

O retrato oficial do rei Charles III impressionou muitas pessoas. Os tons em vermelho da tela saíram dos pincéis do artista Jonathan Yeo, já muito conhecido de celebridades e personalidades dentro e fora da Inglaterra. Entre os retratados do pintor estão a ativista Malala Yousufzai, o ator Kevin Spacey e a supermodelo Cara Delevingne, além de políticos como o ex-primeiro-ministro britânico David Cameron.

Em entrevista ao jornal americano The New York Times, Yeo revelou ver um toque de “futurologia” em seu trabalho. Alguns de seus personagens ganharam maior renome após serem retratados; outros desapareceram. Kevin Spacey, por exemplo, foi julgado e absolvido da acusação de má conduta sexual, mas caiu no ostracismo. A National Portrait Gallery de Washington devolveu o retrato de Yeo sobre o ator, feito quando ele estava no auge do sucesso com a série “House of Cards”.

Entre outros famosos que retratou, Yeo usou bom humor para inserir sobrancelhas, bigodes e nariz enormes na supermodelo Cara Delevingne, por exemplo. Em outra tela, a também atriz aparece com binóculos.

Jonathan Yeo insere sobrancelhas, bigode e nariz enormes em retrato da supermodelo Cara Delevingne — Foto: Jonathan Yeo/Divulgação
Jonathan Yeo insere sobrancelhas, bigode e nariz enormes em retrato da supermodelo Cara Delevingne — Foto: Jonathan Yeo/Divulgação

Ao relembrar as celebridades com as quais trabalhou, Yeo desenvolveu algumas regras práticas sobre sua arte. Rostos mais velhos são mais fáceis de registrar do que os mais jovens por serem mais vividos. Os melhores retratos capturam características visuais que permanecem relevantes mesmo à medida que a pessoa envelhece. E só personagens tediosos são ruins.

— Ele não queria que eu posasse; só que conversássemos — diz Giancarlo Esposito, ator americano conhecido pelo elegante vilão de “Breaking Bad”. Como ator, disse Esposito, ele poderia projetar uma personalidade, “mas não havia como enganá-lo”. — Foi uma oportunidade de ser Giancarlo, desmascarado.

Yeo aprendeu a apreciar os encantos e fragilidades das figuras públicas por ser filho de uma delas. Seu pai, Tim Yeo, foi um membro conservador do Parlamento e ministro de John Major, cuja carreira foi arruinada por escândalos profissionais e pessoais. No início, o pai tinha pouca paciência para os sonhos artísticos do filho.

— Meu pai certamente achava que eu ia precisar de um emprego de verdade — diz ele, que ficou sem receber nenhum dinheiro quando tirou um ano de folga após o ensino médio para tentar se tornar pintor. Os primeiros esforços de Yeo evidenciavam sua falta de treinamento formal e “obviamente, eu não vendi nenhuma foto”.

A primeira imagem do rei Charles III a ser finalizada depois de sua coroação. — Foto: Reprodução
A primeira imagem do rei Charles III a ser finalizada depois de sua coroação. — Foto: Reprodução

O retrato de Charles foi encomendado pela Worshipful Company of Drapers, uma guilda medieval de comerciantes de lã e tecidos que hoje é uma instituição filantrópica. Ele ficará pendurado no Drapers' Hall, a sede do grupo no distrito financeiro de Londres, onde eles mantém uma galeria de monarcas, do Rei George III à Rainha Vitória. O Charles III de Yeo adiciona um toque contemporâneo a essa formação clássica. Ele sabe como representar a realeza — já havia pintado a esposa de Charles, a rainha Camilla, que ele descreve como "adorável", e o pai do rei, o príncipe Philip, um tanto mais difícil.

A pintura, revelada no Palácio de Buckingham na última terça-feira (14), é a primeira representação em grande escala de Charles desde que ele se tornou rei. Provavelmente, reafirmará o status de Yeo como o retratista da sua geração para as maiores personalidades da Grã-Bretanha, bem como para atores, escritores, empresários e celebridades de todo o mundo. Suas obras encomendadas chegam a custar US$ 500 mil cada.

(Com The New York Times)

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