Cultura
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Por — Rio de Janeiro

Prestes a voltar à estrada com mais uma perna da turnê “Barítono”, Lulu Santos acha curioso confrontar-se com a sua própria voz, de mais ou menos 40 anos atrás, que foi usada em “Atemporal” — álbum curto, com seis faixas, lançado esta quinta-feira, no qual uma nova geração de produtores (Pedro Sampaio, Tropkillaz, Ariel Donato, Ruxell, Papatinho, Rafinha RSQ) e de vozes (Pedro, Iza, Melim, Luedji Luna, Ana Gabriela e João Gomes) recriam seus sucessos a partir das gravações originais do acervo da gravadora Warner (que lançou os primeiros LPs de Lulu, entre 1982 e 1985).

— Acho engraçado, parece os (esquilos de desenho animado) Chipmunks! — exagera o astro de 71 anos, que há algum tempo canta seus sucessos, nos shows, em tons mais baixos. — Ter descido um tom, ainda na época do “Acústico” (disco para o programa da MTV, de 2000) me salvou de estragar a minha voz completamente. Tanto que a gravação de "Tempos modernos” que tem mais números nos streamings não é a original, mas a desse álbum, já um tom abaixo.

Com planos de juntar-se aos produtores e cantores de “Atemporal” para uma grande festa, em um programa de TV, Lulu segue até o fim do ano na estrada. Em setembro, ele estará no Rock in Rio: dia 14, num palco Mundo em que ainda terá Imagine Dragons, OneRepublic e Zara Larsson, e no 21, o Dia Brasil, no Sunset, no espetáculo “Pra sempre pop", ao lado de Luísa Sonza, Duda Beat, Gloria Groove, Jão e Ludmilla. O festival ocorre também no dias 13, 15, 19, 20 e 22 do mesmo mês, no Parque Olímpico, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

— Tinha até essa alternativa de estar na noite de rock, mas eu preferi o pop. É esse pessoal que está comigo! — defende ele, que foi homenageado este sábado no festival Doce Maravilha pela amiga Letrux, com show dedicado ao LP “O último romântico” (sua primeira coletânea, lançada pela Warner em 1987). — Foi a minha primeira vendagem acima de 500 mil discos, mas como era uma coletânea, aceitei que me pagassem metade dos royalties. Coisas que hoje em dia seriam diferentes... e são!

Desde 2019 sem lançar um álbum de inéditas, Lulu não faz planos de disco.

— Poderia ser um caminho, mas, honestamente, a gente (ele e o marido, Clebson Teixeira) está pensando em dar uma desacelerada em 2025. Às vezes dá fogo no rabo, mas é a ideia original é essa, vamos ver o quanto dá para aguentar — brinca. — Não sei fazer muito outra coisa, não.. só sei viver! Fiz televisão nesses últimos 12 anos, pandemia adentro. E praticamente meus cinco últimos espetáculos foram emendados um no outro. Agora vamos surfar essa onda do “Barítono” até onde está planejado para depois ficar um pouco na areia.

Ele avalia a sua recém-encerrada experiência de técnico do “The Voice Brasil”, da TV Globo, função que veio desempenhando desde a estreia do programa, em 2012.

— A TV é muita recompensadora, mas é muito trabalhosa. Foi mais de uma década, está completamente de bom tamanho, sobretudo com as ótimas relações que fiz e que mantive esse tempo todo — diz Lulu, que viu mais de um benefício do programa além de tê-lo posto em contato com toda uma nova geração de artistas. — O exercício ali era um pouco o de, ao mesmo tempo, ser crítico e ser empático. Você tinha que considerar o candidato, a família, a fantasia, a idealização de cada um... então, eu acabava prestando mais atenção no outro.

Capa do álbum "Atemporal remix Lulu Santos", com vários artistas — Foto: Reprodução
Capa do álbum "Atemporal remix Lulu Santos", com vários artistas — Foto: Reprodução

“Atemporal” foi, segundo ele, um projeto que surgiu na Warner sem sua interferência.

— A gravadora tinha uma ideia de unir artistas e produtores contemporâneos para remixar o meu acervo que ela tem digitalizado, coisas de alguns dos álbuns, dos quais ela tem as faixas com os canais separados — conta. — O Clebson se entusiasmou bastante com o projeto, a gente observava uma certa semelhança com aquilo que fizeram dois anos atrás com Elton John, aquela faixa super bem sucedida com a Dua Lipa (“Cold heart”, o remix de um pot-pourri de canções de Elton, sobre qual a cantora acrescentou sua voz). "Atemporal" não foi modelado nisso, mas havia uma certa correspondência.

Abraçado o projeto, Lulu começou a dar os seus pitacos. De alguns remixes, ele não gostou logo de cara. Mas tudo bem

— Na maioria das vezes que eu precisei fazer mudanças, os produtores sempre foram muito maleáveis — assegura.

O primeiro remix a ficar pronto (e no qual não mexeu) foi o “Tão bem”, da Ana Gabriela e Papatinho. Para Lulu, este foi um bom exenplo do trabalho de um produtor e de um intérprete "contribuindo para o que a canção é”.

— Para mim, era importante, por razões óbvias, ter a Ana (um símbolo LGBTQIAPN+ na MPB) ali cantando as palavras “ela me faz tão bem”. E me satisfez muito o tratamento que o Papatinho deu, com a classe internacional dele, ao fonograma original — elogia.

Uma escolha pessoal sua foi a de que o baião “Tudo azul" fosse para João Gomes e Rafinha RSQ:

— Essa foi uma das faixas que eu pilotei mais, porque o Rafinha fez uma coisa rococó, quase rock progressivo, achando que estava me homenageando. E eu falei “não, mano, traz pro chão, isso é pra dançar piseiro!”.

No “Certas coisas” com Iza, ele pediu ao duo de produção Tropkillaz uma mudança crucial:

— Falei: “Eu preciso da solenidade que a harmonia confere àquela canção”. Eles entenderam perfeitamente e pediram ao (produtor e arranjador) Apolo 9 para botar um piano e as cordas. Aí o afrobeat ficou perfeito, deu um sabor que só um beat pode dar a uma canção.

Se alguns produtores do disco, como Ariel Donato (que fez “O último romântico” junto com o Melim), Lulu ainda não conhecia, com outros ele já tinha um bom contato. Caso de Pedro Sampaio, com quem ele dividiu um Lollapalooza ano passado num "Toda forma de amor”, no qual Pedro se revelou bissexual (no disco ele refaz “Tempos modernos" em ritmo de funk). E também de Ruxell, que produziu um “Adivinha o quê” com Luedji Luna, e já trabalhara com o cantor nos álbum “O funk canta Lulu”(2018) e, ao lado de Sergio Santos e Pablo Bispo, na faixa “Hoje em dia", do álbum “Para sempre” (2019).

Ainda foi produzida para “Atemporal" e aguarda lançamento uma recriação de Luísa Sonza para “Como uma onda" com percussão de Pretinho da Serrinha e arranjos de Arthur Verocai — maestro que Lulu conheceu ainda adolescente nos bastidores do programa “Som Livre Exportação” (1970-71), da TV Globo, que frequentava para tietar Os Mutantes de Rita Lee e dos irmãos Sérgio Dias e Arnaldo Baptista.

— Dali, e do contato com pessoas como Verocai e Ivan Lins, é que eu fui sugado para ser a pessoa que sou hoje — diz o cara o cara cujo destino, como cantou, era ser star.

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