Cultura
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Por — Nova York

A primeira parada dos visitantes ao novíssimo Museu de Arte e Tecnologia de Nova York, o Mercer Labs, é sobre montanhas de espuma (para sentar-se ou deitar-se) espalhadas numa sala tomada de espelhos. Ali projetores de vídeo refletem cores que vão de rosa intenso (e formam folhas de árvores gigantescas) a um prateado translúcido (em uma estranhíssima cascata de pedras). A descrição sem muito sentido acima dá o tom da viagem: não há qualquer explicação sobre o que aquelas projeções querem dizer, nem como foram feitas. A ideia do artista, para criar aquela experiência, não é descrita. Cabe ao visitante sentar e curtir a viagem de cores, brilhos e barulhos (bonitos e sinistros, a bem da verdade).

Recém inaugurado, o museu fica próximo à região do World Trade Center. A novidade é totalmente assinada pelo artista israelense Roy Nachum, cujo currículo inclui a capa do álbum ANTI (2016). Projetado ao longo de cinco anos, o museu de 3,3 mil metros quadrados tem 15 salas de vocação tecnológica. Em geral, os visitantes ficam sozinhos dentro de cada espaço, embora assistentes da instituição orientem para onde ir ao longo de corredores escuros que fazem a conexão entre um ambiente expositivo e outro.

Robô que brinca na areia: braço mecânico faz desenhos entre os grãos — Foto: Mariana Rosário
Robô que brinca na areia: braço mecânico faz desenhos entre os grãos — Foto: Mariana Rosário

Ainda no começo da visita, chama a atenção uma sala de nome "The Dragon", cujo mote é uma cortina permeada de meio milhão de lâmpadas LED que são capazes de criar uma tempestade prateada ou simular a corrida de uma cavalaria azul turquesa. Ao redor da engenhoca, a sala é mais uma vez tomada por espelhos limpíssimos, que repetem a imagem ao redor do reflexo do visitante. Ou seja, dá para sentir-se banhado pelas luzes (e fotografar-se ao redor delas), numa viagem que os olhos acham difícil de acreditar.

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Nachum, contudo, faz mistério sobre a tecnologia usada para essa novidade. Diz somente, no material de leitura ao redor da sala, que tratam-se de LEDs com microchips sincronizados "para criar um visual sem paralelos".

Causa espanto a sala que é descrita como um ambiente de escuta 4D. Sob luz baixa, o ambiente é tomado por uma aura azul e requer que o visitante deite-se no chão para ter uma experiência completa. Ali, caixas de som em diversos pontos do ambiente emitem ruídos distintos. O chão (coberto por um tapete macio) é capaz de vibrar sob os tons mais pesados. É como se estivéssemos deitados sobre um grande alto-falante de show em sua máxima potência (mas sem precisar ficar confuso com volumes ensurdecedores). Com todo o apetrecho digital, cria-se um ambiente sonoro. Por vezes, a impressão é de que se está no meio do oceano sob fortes ondas. Em outro momento, um ambiente de selva toma conta da sala com rugidos de felinos diversos.

A partir dai, a mostra fica um pouco repetitiva. Embora, no meio do caminho, os visitantes sejam surpreendidos por um campo florido em que macaquinhos vestindo coroas na cabeça são exibidos em telas de altíssima definição. Para que o paladar entre na jogada, uma garçonete oferece uma bebida gaseificada preparada com flores e lichia (ao custo de cerca de 10 dólares). A latinha, transparente, combina com o lugar, mas também não conta com maiores explicações.

Mercer Labs: bebida gaseificada que é parte da imersão — Foto: Mariana Rosário
Mercer Labs: bebida gaseificada que é parte da imersão — Foto: Mariana Rosário

Depois de tanta tecnologia-ostentação, fica um pouco difícil, olhar sem certa desconfiança a instalação "The Sand", em que um braço mecânico automatizado brinca sozinho em um tanque de areia. A peça parece desenhar sobre os grãos e a certa altura, mira suas garras (ou seria aquilo uma cabeça?) em direção aos visitantes que observam a tudo por trás de um vidro. É muito fofo e assustador.

A experiência, contudo, não é das mais baratas: são US$ 52 para cada visitante (fora as taxas praticadas pela cidade). A entrada ainda está sem filas, embora cause certa comoção o Tesla Cybertruck, carro futurista que fica estrategicamente estacionado na porta e liberado para fotos e selfies dos passantes (numerosas, como é de se esperar).

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