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Por O GLOBO — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 25/06/2024 - 00:01

Michael Jackson no Brasil

Michael Jackson teve três passagens marcantes no Brasil, realizando shows, entrevistas e gravando videoclipes. Suas visitas em 1974, 1993 e 1996 deixaram um legado e encantaram o público brasileiro.

Faz 15 anos que Michael Jackson morreu, o artista adquiriu fãs ao redor do mundo e embora contrariado, realizou turnês internacionais ao longo de toda sua carreira. Em algumas delas esteve no Brasil e em entrevista ao especial Michael Jackson’s Private Home Movies, revelou seu encantamento pelo público brasileiro.

Ao todo, o Rei do Pop, teve três passagens marcantes no país — 1974, 1993 e 1996 — conseguindo deixar sua presença em espetáculos ao redor do território nacional, entrevistas, aparição em programa de televisão e gravação de videoclipe com parceria do Grupo Olodum. Veja abaixo como foram as visitas de Michael Jackson ao Brasil.

1974 - Primeira vez de Michael Jackson no Brasil

O primeiro contato de Michael Jackson com o público brasileiro aconteceu em setembro de 1974, com uma turnê entre os dias 13 e 22 de setembro daquele ano. O Jackson 5, grupo formado pelo ídolo Pop e seus irmãos Jackie, Tito, Jermaine, Marlon e Randy, se apresentou em São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro.

Segundo uma reportagem do GLOBO na época, com semblantes sempre sérios e equipe com cerca de 30 pessoas, os americanos cruzaram com outra estrela da música, o cantor Roberto Carlos, que estava embarcando para São Paulo. No entanto, os rapazes foram pouco reconhecidos pelo público e rapidamente seguiram em direção ao hotel.

Uma curiosidade sobre os shows ocorridos no Rio é que os espetáculos ocorridos no ginásio do Maracanãzinho, na Zona Norte da cidade, foram abertos com apresentações da Portela, tradicional escola de samba com maior número de títulos do carnaval carioca. Mas além dos palcos, Michael e seus irmãos também deram demonstrações dos talentos na televisão.

O grupo se apresentou na TV Tupi, extinta na década de 1980. Na participação do Jackson 5 no especial de televisão, o público se chocou com um Michael de 16 anos, que deixava para trás a imagem do menino caçula do grupo e apresentava um rapaz mais maduro em meio ao processo de mudança de voz.

Uma curiosidade sobre esse especial foi a movimentação feita pela produção para o seu acontecimento. Na visita ao Brasil, o pai dos jovens não estava presente, portanto, eles eram acompanhados por uma juíza de menores, que restringia o trabalho dos garotos até 22h. Sabendo disso, a produção aceitou os termos, mas contando com o fuso horário de Los Angeles (local em que os irmãos moravam) e assim puderam passar dar 22h de São Paulo, onde era gravado o programa, revelou o produtor musical Solano Ribeiro em entrevista ao fantástico.

1993 - Michael Jackson chega sozinho

Michael Jackson se apresenta no Estádio do Morumbi, São Paulo, em outubro de 1993 — Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo
Michael Jackson se apresenta no Estádio do Morumbi, São Paulo, em outubro de 1993 — Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo

A volta do Rei do Pop ao Brasil só veio acontecer quase 20 anos depois das apresentações com o Jackson 5, e se deu durante a turnê internacional do álbum Dangerous. O artista realizou dois shows no estádio do Morumbi, na cidade de São Paulo. Com ingressos esgotados com antecedência, os eventos dividiram as opiniões de quem esteve presente. Em entrevista ao GLOBO, nem mesmo a dupla inseparável Gil e Caetano chegaram ao consenso: "Gosto do Michael, mas o show foi muito ingênuo", disse Caetano Veloso. "Não esperava que o espetáculo fosse tão bom. Cheguei a chorar de emoção", comentou Gil.

Essa passagem foi marcante desde a sua chegada, quando cerca de 1.500 pessoas estiveram presentes no Aeroporto de Guarulhos para acompanhar os primeiros passos de Michael Jackson em solo paulista. Segundo reportagem do GLOBO, o astro, segurando um guarda-sol, fugiu do protocolo e chegou a cerca de 10 metros dos fãs, acenou, ganhou presentes e depois se deslocou para o hotel.

No entanto, também chamou atenção o tamanho da estrutura montada para os shows. O equipamento chegou em dois aviões Antonov An-124 — que, naquele momento, eram as maiores aeronaves de carga do mundo — necessitando o deslocamento de diversas carretas para levá-los até o Morumbi.

O aparato proporcionou um show de alta tecnologia, com telões de alta definição, fogos de artifícios, diferentes tipos de luzes, entre outros efeitos especiais. Mas o som foi um ponto negativo, pois se apresentou baixo em diferentes momentos. Além disso, a passagem também foi marcada por um atropelamento envolvendo a van responsável em fazer a logística do artista.

Fora dos palcos, fãs se aglomeraram em frente ao hotel em que Michael estava hospedado, na esperança de vê-lo, mas o astro não fez grandes aparições. Fora isso, sua lista de compras se tornou notícias por conta com itens como um uniforme dos patrulheiros da polícia paulistana, um revólver de água, balões de gás e outros.

1996 - Militância, recado aos fãs e claquete

Michael Jackson durante gravação do clipe em uma laje no morro Dona Marta. Um ano após a morte do astro, em 2009, uma estátua de bronze foi inaugurada em sua homenagem — Foto: Jorge William / Agência O Globo
Michael Jackson durante gravação do clipe em uma laje no morro Dona Marta. Um ano após a morte do astro, em 2009, uma estátua de bronze foi inaugurada em sua homenagem — Foto: Jorge William / Agência O Globo

Três anos após sua passagem em São Paulo, Michael Jackson voltou ao Brasil com o diretor Spike Lee para gravar o clipe da música “They don’t care about us” (“Eles não se importam conosco”) no Rio de Janeiro e Salvador (BA). Com o intuito de se reaproximar de algumas lutas, como a disparidade social, o artista fez questão de demonstrar o carinho pelo país em entrevista a jornalista Gloria Maria, da TV Globo. — I love You, Brasil — ("Eu amo você, Brasil") disse o astro.

A música é um protesto as desigualdades sociais vividas em diferentes cidades ao redor do mundo e para o clipe dela, a dupla gostaria de gravar parte das imagens na Favela Santa Marta, no Rio, e outra parte no Pelourinho, em Salvador. Mas enfrentaram dificuldades para execução do plano, porque as autoridades da época não queriam que as pobrezas dos locais fossem denunciadas internacionalmente, porque poderia manchar a imagem do Brasil e atrapalhar a candidatura para os jogos olímpicos de 2004.

Autoridades do Rio também temiam que o clipe pudesse prejudicar o turismo da cidade e contavam com o apoio de Ronaldo Cezar Coelho, então secretário estadual da Indústria, Comércio e Turismo. Já os moradores se mostraram animados com as gravações e manifestaram expectativas de melhorias na realidade das regiões após conclusão do trabalho.

O clipe ainda conta com uma parceria do tradicional grupo baiano Olodum, que contribuiu introduzindo o swing do samba-reggae e acrescentando brasilidade. Concluído, o videoclipe apresentou o Olodum a 140 países e estreitou os laços entre Michael e o público brasileiro. Hoje, o trabalho é um dos mais famosos de Michael Jackson e já ultrapassou 1 bilhão de visualizações no YouTube.

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