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Por , Em The New York Times

RESUMO

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GERADO EM: 25/06/2024 - 03:30

Ascensão de Austin Butler no Cinema

Austin Butler, destaque em 'Clube dos vândalos', conquista papéis de prestígio após sucesso como Elvis. O ator revela complexidade e ambição na construção de sua carreira, buscando desafios e reconhecimento no cinema.

Há uma cena no início do filme “Clube dos vândalos”, em cartaz nos cinemas, que funciona como um teste para saber se uma estrela está em cena. Enquanto bebe em um salão de sinuca dos anos 1960, uma mulher chamada Kathy (Jodie Comer) fica nervosa com a presença de motociclistas ameaçadores e pega sua bolsa para ir embora. Ela só para quando avista Benny, outro motociclista, sozinho. Enquanto Kathy olha para ele, a música da jukebox e a conversa dos motociclistas desaparecem, e tudo que você pode ouvir é o suspiro atordoado dela. Ela está apaixonada.

Nenhum efeito visual é necessário para esta cena, apenas um homem que consegue fazer uma mulher prender a respiração. É o tipo de papel que seria desempenhado em décadas anteriores por nomes como Marlon Brando, Paul Newman ou Brad Pitt. Mas quem do grupo atual de jovens atores está nesta lista?

Foi isso o que preocupou o diretor e roteirista Jeff Nichols há dois anos, quando começou a escalar o personagem. Ele escreveu Benny como alguém que parece mítico até mesmo para seus colegas motociclistas, mas nenhum ator contemporâneo chegou perto de vir à mente. Portanto, Nichols não esperava muito quando se encontrou com Austin Butler meses antes do lançamento de “Elvis”, protagonizado por ele.

Jodie Comer e Austin Butler em "Clube dos vândalos" — Foto: Divulgação
Jodie Comer e Austin Butler em "Clube dos vândalos" — Foto: Divulgação

O que ele encontrou, enquanto Butler se aproximava, foi alguém que se parecia e se sentia exatamente como o personagem que havia escrito, alguém com beleza, seriedade e masculinidade inerentes. Ou, como disse Nichols:

— Me peguei pensando: “Uau, estou conversando com uma estrela de cinema.”

Projetos de prestígio

Os últimos dois anos mais do que confirmaram essa primeira impressão. A atuação de Butler como o Rei do Rock’n’roll em “Elvis” turbinou sua carreira e lhe rendeu uma indicação ao Oscar, enquanto o lançamento em março de “Duna: parte 2”, no qual ele interpreta o vilão Feyd-Rautha Harkonnen, confirmou que o ator de 32 anos não havia tido só um golpe de sorte.

Butler, que ainda estrela a minissérie da Apple TV+ “Masters of the air”, tornou-se um ímã para diretores de prestígio. Ele filmou recentemente “Eddington”, de Ari Aster; está prestes a estrelar o thriller policial de Darren Aronofsky “Caught stealing”; e muitos rumores ligam seu nome a “Heat 2”, de Michael Mann, ainda em gestação.

Desde “Elvis”, Butler interpretou pessoas tão diferentes que você seria perdoado por não saber quem ele realmente é. O fato de Butler se sentir realizado, mas ainda não estigmatizado, pode ser considerado um feito. Estrelas de cinema bonitas podem passar a carreira inteira tentando provar que são mais do que aparentam — que são capazes de atuar de verdade e também devem ser consideradas para papéis desafiadores. Butler está navegando no sentido contrário: depois de se estabelecer com dois personagens que pediam transformação completa, só agora ele está chegando ao papel de galã.

Com “Clube dos vândalos”, algo mais próximo do verdadeiro Butler está finalmente sendo revelado. Mas, como sugere Nichols, em vez de questionar quem Butler é, é muito mais proveitoso ponderar quem ele será.

— Estamos observando uma pessoa construir sua personalidade de estrela de cinema, o que acho fascinante — afirmou ele.

Embora Butler não tenha o ar de perigo que costumava tornar bad-boys figuras tão atraentes, na era atual, mais cautelosa, seus agentes podem considerar isso algo bom.

Austin Butler, ator de "Clube dos vândalos" e "Duna: parte dois" — Foto: Adali Schell/The New York Times
Austin Butler, ator de "Clube dos vândalos" e "Duna: parte dois" — Foto: Adali Schell/The New York Times

Nichols disse que a personalidade de Butler ajudou a aprofundar seu personagem no filme, originalmente escrito como alguém “morto por dentro”.

— Há alguma complexidade nele que mudou meu cálculo enquanto estávamos fazendo o filme — destacou Nichols. — Não é que ele esteja emocionalmente isolado: ele escolhe estar emocionalmente indisponível, mas tem muita emoção acontecendo sob a superfície.

Butler, no entanto, não quer que nada do que você está lendo nesta página interfira na maneira como você vê Benny.

— Não quero impor a ninguém que esteja assistindo ao filme o que está acontecendo, porque quero permitir que projetem sobre ele — afirmou o ator.

Quando “Elvis” terminou, Butler estava tão exausto que foi diretamente para o pronto-socorro e ficou acamado por uma semana. Ele então voou para a Inglaterra para começar a filmar “Masters of the air”. É um ritmo para lá de corrido, mas, ao mesmo tempo, ele sente que seria negligente se não aproveitasse a chegada deste momento, que almejou por toda a sua carreira:

— Nos meus 20 e poucos anos, havia papéis que eu queria conseguir e não consegui, e havia performances que eu queria que fosse de um jeito, mas foram de outro. Foi muito humilhante por muito tempo. Isso me fez procurar professores e tentar descobrir como melhorar de todas as maneiras que pudesse — disse o ator. — Mas tenho noção de como sou um cara afortunado.

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