O jornalista Sérgio Cabral, que morreu neste domingo (14), aos 87 anos, deu grande contribuição à música brasileira. Não só como pesquisador e compositor de canções, mas também como biógrafo de nomes importantes da MPB.
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Pai do ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho, carioca de Cascadura, vascaíno e grande entusiasta do samba, Sérgio Cabral pai trabalhou como produtor musical entre 1973 e 1981 e é autor de canções com parceiros como Rildo Hora.
A dupla escreveu músicas como "Janelas Azuis", "Visgo de Jaca", "Velha-Guarda da Portela", "Os Meninos da Mangueira", entre outras.
Como escritor, ele publicou as biografias de Tom Jobim, Pixinguinha, Nara Leão, Grande Otelo, Ataulfo Alves e Elizeth Cardoso.
Teve ainda uma grande ligação com as escolas de samba. Na década de 1960, começou a cobrir para os meios de comunicação em que trabalhava o desfile no centro da cidade.
Na TV Globo, integrou o júri especializado, que dava notas para a apresentação das escolas de samba, desde a década de 1970. Com rigidez e conhecimento, era considerado o jurado mais severo, guardando a nota máxima apenas para uma apresentação antológica.
Julgou, no início, mestre-sala e porta-bandeira e comissão de frente. Depois, samba-enredo. Trabalhou como comentarista de carnaval também na TVE, em 1980, e na TV Manchete, em 1984, 1987, 1989 e 1990.
O jornalista também criou, entre outras obras, o musical "Sassaricando - E o Rio inventou a marchinha", junto com a historiadora Rosa Maria Araújo, e foi presidente do júri do Concurso de Marchinhas da Fundição Progresso.