Já pensou como seria o encontro entre MC Cabelinho, um dos nomes mais incensados nomes do trap brasileiro, e Fernanda Montenegro, uma das maiores atrizes da história do Brasil? Pois ele já.
— Ia ser muita satisfação — diz o músico, também ator e protagonista de longa-metragem produzido pelos núcleo de Filmes da Globo, ainda sem título definido, e com previsão de estreia para 2025. — Sonho conhecer Fernanda Montenegro e Wagner Moura.
Pelo jeito, não deve demorar para o currículo de estrelas com quem o carioca contracena aumentar. Nascido e criado no PPG (conjunto de favelas Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, em Copacabana), o músico só cresce como ator desde que participou de "Amor de mãe", novela da faixa das 21h da TV Globo exibida em 2019. Foi escalado para um pequeno papel em "Vai na fé", trama do horário das 19h em 2022, mas o personagem caiu nas graças do público e ganhou mais tempo de tela. Ele agradou tanto que virou protagonista de uma comédia romântica, criada e escrita por Fabrício Santiago, Pedro Alvarenga e Renata Sofia. Na história, Cabelinho interpreta Nando, um entregador que, para realizar o sonho de ser músico, se envolve com a golpista Jaque (Malía).
— O Nando tem o sonho de ser músico e eu sempre tive o sonho de ser músico. Ele é de favela iagual a mim. A gente tem essas coincidências — diz Cabelinho, enquanto colocava um aplique nos bastidores. — Pensei: "Esse personagem parece até que é a história da minha vida". Isso me emocionou bastante.
Pronto para o jogo
Em setembro, Cabelinho se prepara para ser a atração principal do palco Sunset, do Rock in Rio, com o Coral das Favelas, no dia 13 de setembro. No dia 21, o chamado "Dia Brasil", ele volta ao festival, desta vez no Palco Mundo, numa homenagem ao trap, ao lado de Filipe Rat, Kayblack, Matuê, Orochi, Ryan SP e Veigh.
— A música significa tudo pra mim. Ela que me trouxe aqui, abriu portas pra eu atuar — diz o artista sobre o papel que o ofício ocupa na sua carreira.
Mas MC Cabelinho está aberto para tudo. Novela? É só chamar.
—Pretendo fazer mais, se tiver oportunidade. Tô aí — diz o ator, que se surpreendeu com a nova profissão. — É mais fácil cantar do que ser ator. Compor uma música é mais fácil do que um personagem.
Outra surpresa foi descobrir que nem tudo é o que parece, ou melhor, nem todo mundo é como aparenta.
—Me surpreendeu o jeito como os atores são na vida real. Sempre acompanhei pela televisão e imaginava que eles eram daquela forma ali. Tipo Adriana Esteves, que fez a Carminha (a vilã da novela "Avenida Brasil", exibida em 2012). Achava que ela era boladona, mas é um amor de pessoa. As pessoas não são como aparecem na televisão. Encontrei com Adriana esses dias e ela falou: "ó quero que a gente se veja mais vezes, vai que a gente faz um par". Ia ser a maior satisfação (risos).
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