Depois de discotecar para uma arena sem torcida nas Olimpíadas de Tóquio, excepcionalmente menos ruidosa por causa da pandemia, DJ Stari agora tem público para colocar para dançar entre um ponto e outro dos jogos de vôlei em Paris. DJ da Federação Internacional de Voleibol, é ele que comanda as carrapetas na partida do Brasil contra o Egito, na manhã desta sexta-feira (2). Na estreia do volei masculino brasileiro, para animar nossa torcida, Stari colocou até "Mulher de fases", do Raimundos. Mesmo assim, não deu muito certo: a seleção perdeu por 3 sets a 0.
"DJ Stari é bom demais", comentou Luiz Carlos Jr., narrador da partida no SporTV na estreia do vôlei masculino, provando que o austríaco Michael Staribacher é tão conhecido quanto às estrelas em quadra.
Nascido em Viena, Staribacher trabalha no vôlei desde o começo dos 2000. O início, no entanto, foi em campeonatos locais de vôlei de praia. Ao se destacar nas areias, chamou atenção da Federação, que o levou para as quadras. Paris 2024 é a sua quinta Olimpíadas — no Rio, em 2016, ele passou pelo Maracanãzinho. Mas foi em Tóquio que caiu nas graças da torcida brasileira do outro lado do mundo. Nos jogos do time feminino, quando Rosamaria Montibeller e Gabriela Guimarães pontuavam, ele dava play no samba 'Rosa Maria', de Eden Silva e Aníbal da Silva, e em "Modinha para Gabriela'', música de Dorival Caymmi, de 1975. Craque.
— Meu objetivo é fazer com que cada time se sinta jogando em casa, mesmo em outro continente e sem torcida — disse ele ao GLOBO, durante os Jogos, em 2021. — Na pandemia, eu comecei a estudar muito a música internacional, não só brasileira, mas italiana, francesa, russa, persa, por conta do Irã, turca. Não apenas o som, mas a história das bandas, o significado das músicas. Mas, claro, o Brasil para mim é uma espécie de paraíso. A música no Brasil é mais importante que em qualquer outro país do mundo. Eu já sabia disso, mas entendo mais agora: vocês reagem de uma maneira diferente.
No sábado passado, ao postar nos Stories a agenda do dia, Stari escolheu um remix de Pedro Sampaio para o hit "Voando pro Pará", de Joelma, para musicar o post.
— Saber qual música tocar na hora certa é parte fundamental do meu trabalho. Devo ter umas cinco mil músicas no meu HD, então sinto quando o jogo está mais dramático, gosto de achar que estou na mesma energia que os jogadores. O vôlei é muito dinâmico, tem rallies, intervalos. Meu trabalho é fazer como a trilha sonora de um filme, mas numa partida de vôlei. Com a diferença que tenho segundos para escolher a música.