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Com produção diversificada, Brasil é destaque no Emmy Internacional

Marjorie Estiano e Raphael Logam concorrem como melhor atriz e melhor ator, respectivamente
Marjorie Estiano como a médica Carolina em 'Sob pressão', série da TV Globo Foto: Raquel Cunha / Globo
Marjorie Estiano como a médica Carolina em 'Sob pressão', série da TV Globo Foto: Raquel Cunha / Globo

RIO - Há produções brasileiras para todos os gostos no Emmy Internacional de 2019. Na premiação mundial, que acontece nesta segunda-feira em Nova York, a diversidade da produção nacional é o maior destaque deste ano.

Com nove indicações no total, o Brasil está presente em algumas das principais categorias da premiação, que celebra o melhor da televisão ao redor do mundo, exceto pelos Estados Unidos.

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Por seu trabalho na segunda temporada da série da Globo “Sob pressão” , Marjorie Estiano concorre na categoria de melhor atriz, ao lado de Radhika Apte, em "Lust stories" (Índia), Jenna Coleman em "In the cry" (Reino Unido) e Marina Gera em "Örok tél" (Hungria). Já Raphael Logam , astro da série "Impuros" , da FOX, disputa o prêmio de melhor ator com Haluk Bilginer em "Sahsiyet" (Turquia), Christopher Eccleston em "Come home" (Reino Unido)  e Jannis Niewöhner em "Beat" (Alemanha).

A viagem para a premiação será a primeira visita a Nova York do ator carioca de 33 anos, que em “Impuros” vive o protagonista Evandro, um jovem promissor que acaba entrando para a criminalidade após o assassinato do irmão. A primeira temporada da série está disponível no Globoplay.

— Com a data da premiação se aproximando, é natural que a ansiedade aumente. No dia do evento, inclusive, é aniversário da minha mãe, que é a pessoa mais importante da minha vida. Então, a mistura de sentimentos aumenta mais (risos). Ganhar seria um presentão pra ela. Mas já estou muito feliz com tanta coisa boa — comemora o ator.

Outras categorias de peso com produções brasileiras são série de drama, com a terceira temporada de "Um contra todos", da FOX; filme para TV ou minissérie, com "Se eu fechar os olhos agora" , da TV Globo; melhor programa de horário nobre em língua não-inglesa, com a terceira temporada de "Magnífica 70" , da HBO; e melhor programa de comédia, com o especial de Natal “Se beber não ceie”, do Porta dos Fundos.

Intérprete de ninguém menos do que Jesus na paródia, Fábio Porchat comemorou a indicação, que pode render a primeira vitória do país na categoria.

— É muito bom concorrer com uma sátira religiosa nesse momento do Brasil em que as pessoas estão dizendo muito “não pode”. A gente vai lá e faz uma das coisas que mais “não pode” no mundo, porque para a gente, no humor, tudo pode — comenta.

Fora da ficção, o Brasil também tem chances com três documentários: produção da O2 em parceria com a HBO, "Ópera aberta - Os pescadores de pérolas" , de Fernando Meirelles e Carlos Nader, concorre na categoria de programa de arte, enquanto "Hack the city" , da FOX para o Nat Geo, disputa entre séries curtas. Já na categoria de documentários, a aposta é em "A primeira pedra" , produzido pelo Canal Futura em parceria com a produtora Couro de Rato.

Disponível na plataforma Futura Play, o filme dirigido por Vladimir Seixas se debruça sobre os recentes casos de linchamento no país. Para o gerente do Canal Futura, José Brito, a escolha mostra que a importância de se investir na agenda dos direitos humanos.

— É um documentário que vai na veia na discussão sobre um tema muito relevante, que é a intolerância. A gente vive numa sociedade em que a intolerância está à frente de qualquer tipo de debate. O “Primeira pedra” mostra que isso pode estar em qualquer lugar se a gente não tomar cuidado para discutir com seriedade o tema.

O tapete vermelho do Emmy Internacional abre às 17h em Nova York (19h no horário de Brasília) e a cerimônia começa às 20h (22h em Brasília).