Ruth de Aquino
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Ruth de Aquino

Tudo sobre a política de nossa vida e não de Brasília

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Ruth de Aquino

Tudo sobre a política de nossa vida e não de Brasília. Cidadania, família, educação, amor, sexo, drogas, religião, envelhecimento, saúde, arte e viagens.

Por Ruth de Aquino

Mãe solo – ou solteira – é outra coisa. É quem faz produção independente ou não consegue convencer o pai a reconhecer o filho, é a mulher traída e abandonada na gravidez ou depois de parir, quando o pai some e não arca com mais nada. Nem pensão nem educação nem afeto. O Brasil está cheio de casos assim. Mães responsáveis integralmente pela criação e educação dos filhos. Luana, embora você diga, em seu vídeo no Instagram, que fala por elas, não é bem assim.

Você ficou casada oito anos com o surfista Pedro Scooby. E, se bancou tudo dele no casamento, foi porque podia e quis. Estava apaixonada e teve três filhos com ele. Acontece. Quantos homens bancam tudo no casamento... Fica feio cobrar retroativo ou chamar o ex de “miserável e ingrato”. Entendo esse cansaço de pedir do ex o reembolso de metade das despesas com filhos. É difícil. Tenho dois filhos de dois pais diferentes. Tem hora que a gente já se sente grata por eles amarem as crianças.

O Scooby ama os filhos. E as crianças adoram o pai. Scooby nasceu em Curicica, zona oeste do Rio. O documentário “A vida é irada – Vamos curtir” relata a infância humilde, a paixão pelas ondas gigantes e sua participação no Big Brother Brasil. Amor não basta, eu sei. Claro que receber a pensão devida é seu direito, Luana. Você tem razão de reclamar. Scooby diz que é inverdade. Mas, na vida de casais separados, normalmente a verdade reside numa terceira versão. Não é a versão da mãe, nem a do pai.

Seu erro, Luana, é achar que pode lavar a roupa suja no Instagram. Você está em Portugal há quatro anos. Provavelmente sem alguém sincero e sensato que aconselhe: pare com essa evasão de privacidade. Fica muito ruim para qualquer pessoa esse confessionário aberto. Para despertar o quê? Compaixão? Engajamento? Solidariedade? Ou para meter medo no Scooby – quando você ameaça reclamar com os patrocinadores dele? Não seria um tiro seu no pé?

É constrangedor ouvir de sua boca que você gasta 400 euros só com o motorista para levar o Dom às aulas de skate. Que você tem uma empregada até as 16hs e outra a partir desse horário. Isso porque você tem três filhos e trabalha, “não sou madame nem dona de casa”. As mensagens trocadas com Scooby que você compartilha publicamente prejudicam sua imagem. Não a dele. Você diz que essa é uma luta de todas as mães, e que “em Portugal mulher não vale 10 cêntimos (centavos)”. Luana, sua reivindicação deve ser respeitada, mas não se coloque como porta-voz feminista.

Essa novela nas redes no momento em que seu ex está vivendo um drama pessoal, com a filhinha recém-nascida passando por cirurgias no hospital, é botar o dedo na tomada. É parecer doida e destrambelhada. Seus filhos não merecem isso e estão com o pai no Brasil. Você não gostou que o Scooby tenha dado um celular para cada filho seu. Achou inadequado. Eu também acharia. É um inferno isso. Na guarda compartilhada, é de bom tom que pai e mãe alcancem um consenso sobre a educação.

Luana, não somos amigas, mas sempre tive carinho por você. Por sua beleza e o talento para o drama e a comédia, pela postura livre e intempestiva, por sua eterna insatisfação com você mesma. Você se joga no cinema, no teatro, na TV, se muda para França, para Portugal. E se apaixonou por tantos homens bacanas. Foi execrada por trair o Rodrigo Santoro.

Eu te conheci quando você aprendia francês em Paris. Depois, te entrevistei num hotel em São Paulo, quando você levou um tapa do Dado Dolabella. Você citou Nietzsche, por ter lido “Humano, demasiado humano”. Me disse ser apaixonada por Marilyn Monroe pelo olhar triste. Se pudesse conhecer três pessoas na vida, você escolheria Jesus Cristo, Vinicius de Moraes e Renato Russo. Você falou que seu forte é sua cabeça.

Bote a cabeça no lugar, Luana. Por você e por seus filhos. A palavra de 2023 no Brasil, até agora, é “respeito”. Já percebeu?

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