Cultura

Sérgio Camargo divulga logomarca da Palmares que substitui machado de Xangô por cores da bandeira

Nova identidade visual foi adotada com justificativa de que o Estado é laico
Logomarcas antiga e nova da Fundação Palmares Foto: Reprodução
Logomarcas antiga e nova da Fundação Palmares Foto: Reprodução

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, anunciou nesta segunda-feira (13) a novo logomarca da instituição. "Nova logomarca da Fundação Cultural Palmares, inspirada nas cores da bandeira do Brasil, a partir desta segunda-feira, dia 13 de dezembro de 2021. Bandeira do Brasil", escreveu ele em seu perfil no Twitter, acrescentando na sequência: "A antiga logomarca, com o machado de Xangô, deixa de representar a instituição a partir desta data."

Na sequência, Camargo escreveu: "Negros são cidadãos brasileiros, não escravos que desembarcaram ontem do navio negreiro, nem eternas vítimas amarguradas. A nova logomarca representa a pátria sem divisões e expressa os valores que norteiam a atual gestão da Palmares. Integração, Amplitude e Dignidade. Bandeira do Brasil".

A nova logomarca é uma criação da própria equipe da Palmares. Em 17 de agosto, a fundação divulgou edital do concurso para substituir o logotipo da instituição, antes representado pela referência ao orixá presente nas religiões afro-brasileiras, mas o processo acabou cancelado.

No dia 2 de dezembro foi publicado no Diário Oficial um aviso de revogação do edital, após a observação de que três projetos selecionados não cumpriram integralmente as regras do concurso. A data de divulgação original do resultado, maracada para o dia 7 deste mês, acabou sendo adiada em quase uma semana.

Na semana passada, a reportagem do GLOBO havia questionado à Fundação Palmares quais os problemas dos projetos que concorriam ao edital e que foram excluídos e o que seria feito com os R$ 20 mil da premiação, mas não obteve resposta da  instituição.

Camargo já havia se manifestado sobre a possibilidade de uma nova identidade visual para a instituição com a justificativa de que o Estado era laico. “O logotipo da Palmares sempre me desagradou, mas eu achava que era uma palmeira estilizada. Santa ingenuidade!”, escreveu Sérgio.