Cultura

Sérgio Camargo rebate declaração de chefe de diversidade dos EUA que questionou baixa presença negra em SP

'Se ela quiser ver 100% de pretos, sugiro uma estada no Congo e na Nigéria', respondeu o presidente da Fundação Palmares pelo Twitter
O presidente da Palmares, Sérgio Camargo Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
O presidente da Palmares, Sérgio Camargo Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

RIO — O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, publicou em seu Twitter, nesta segunda-feira, críticas à declaração da chefe de Diversidade e Inclusão do Departamento de Joe Biden, Gina Abercrombie-Winstanley, de 64 anos, ao ver muitos brancos no Brasil.

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Gina assumiu a posição em abril de 2021 e fez uma parada no Brasil durante sua primeira turnê internacional. A diplomata esteve em São Paulo, em dezembro último, e disse que não esbarrou com muitas pessoas negras como ela na capital.

— Certamente notei que a maioria das pessoas que vi era branca. Com certeza mais claras do que eu. E sabendo que a população é próxima do 50%-50% (negros e brancos), eu me perguntei: "Ok, cadê todo o resto?" — disse em entrevista à "Folha de S. Paulo".

Discurso anticiência: Sérgio Camargo diz que receberá 1ª dose de Coronavac 'caso fique sem saída'

Camargo rebateu:  “Se ela quiser ver 100% de pretos, sugiro uma estada no Congo e na Nigéria”, diz um trecho da publicação em que compartilhou com seus seguidores. Usuário assíduo do Twitter, o presidente da instituição coleciona duras críticas de diversos setores da sociedade por conta de falas controversas, sobretudo a respeito de movimentos negros no Brasil e de racismo.

“No Brasil, negros são apenas 9,4% da população (IBGE)", seguiu ele. E concluiu: "Acho que já temos excesso de negros vitimistas e não precisamos que os de fora venham dar palpite aqui, dizendo mais do mesmo".

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Vacina contra a Covid-19

Nesta segunda, o presidente da Fundação Palmares também usou a rede social para propagar, mais uma vez, informações falsas sobre a vacina contra a Covid-19. Ele afirmou que receberá a primeira dose caso "fique sem saída", por conta de obrigações relacionadas a emissão de passaporte.

"Não permitirei que injetem 'DNA alienígena' no meu corpo. Caso fique sem saída, por conta do infame passaporte, optarei pela Coronavac. Não funciona, mas ao menos foi desenvolvida utilizando método tradicional e já bem conhecido (vacina de vírus inativado)", escreveu Camargo.