RIO — Uma carta produzida por funcionários da Agência Nacional de Cinema (Ancine) cobra esclarecimentos sobre a retirada de cartazes de filmes nacionais do site da agência e sobre o cancelamento de uma sessão do filme "A vida invisível" para servidores da instituição. Essas recentes decisões da Ancine motivaram protestos e acusações de censura .
Assinado pela Associação dos Servidores Públicos da Ancine (ASPAC), o documento rebate a justificativa dada pela assessoria de comunicação da agência de que a retirada dos cartazes estaria em "observância aos princípios da atuação administrativa, dentre eles, os da impessoalidade, isonomia e interesse público".
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De acordo com a ASPAC, a exclusão na verdade vai na contramão de alguns objetivos estabelecidos pela própria Ancine, entre eles "promover a cultura nacional" e "estimular a diversificação da produção cinematográfica".
Conforme noticiou Ancelmo Gois na sema passada, além da "limpeza" no site, a direção também mandou retirar os cartazes que decoravam as paredes do prédio da sede da agência .
Na semana passada, manifestantes colaram cartazes em tapumes das obras de restauração do Palácio Gustavo Capanema que fica em frente à sede da Ancine, no centro do Rio de Janeiro. Porém, ontem funcionários da empresa contratada pelo governo para as obras retiraram os cartazes , segundo a coluna de Lauro Jardim.
Os funcionários também cobram na carta explicações sobre o cancelamento do evento "Produção em tela", previsto para esta quinta-feira (12). Nele seria exibido o filme "A vida invisível", longa de Karim Ainouz que representará o Brasil no Oscar de 2020 .
Segundo o documento, a exibição já estaria acertada com a distribuidora da obra, e o evento é de "suma importância para a divulgação interna de filmes realizados com recursos públicos e para a capacitação dos servidores sobre as obras que analisam".
Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a direção da Ancine ainda não se posicionou sobre a carta da Aspac até o momento.