Cultura

Sob pressão, Mario Frias explica custos da viagem a Nova York: 'Fui de classe econômica e dividi quarto'

Em live, secretário da Cultura diz que foi aos Estados Unidos conversar com produtores da Broadway e não comenta cancelamento de viagem a Rússia e Hungria, onde acompanharia o presidente Bolsonaro
O secretário de Cultura do governo federal, Mario Frias Foto: divulgação
O secretário de Cultura do governo federal, Mario Frias Foto: divulgação

O secretário Especial da Cultura do governo federal, Mario Frias, fez uma live em seu perfil no Instagram na noite deste sábado (12), ao lado do secretário de Fomento, André Porciúncula. Assistido por uma média de mil pessoas, Frias falou sobre a polêmica viagem que fez aos Estados Unidos, que custou mais de R$ 39 mil.

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Ele visitou Nova York em dezembro de 2021. A viagem, realizada entre os dias 14 e 19 de dezembro, foi destinada a discutir a produção audiovisual com o lutador de jiu-jítsu brasileiro Renzo Gracie , segundo informações publicadas pelo colunista Lauro Jardim. Somente os voos de ida e volta de Frias custaram R$ 26 mil (R$ 13 mil cada trecho). Em diárias, o secretário recebeu R$ 12,8 mil. Também foi contratado um seguro de R$ 305, totalizando R$ 39,1 mil. O Ministério Público abriu investigação para apurar os custos da viagem.

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Além disso, o ex-ator recebeu dos cofres públicos R$ 1.849,87 de ressarcimento de um teste de Covid-19, doença causada pelo coronavírus, realizado durante o deslocamento.

— Estávamos desenvolvendo o projeto da IN ( instrução normativa que oficializou um grande pacote de mudanças introduzidas recentemente na Lei Rouanet ) e essa viagem foi com intuito de conversar com o mercado da Broadway, que se autosustenta, para ver onde esses caras acertam. Queríamos trazer ideias para cá. O objetivo era enxergar como aquele mercado consegue tanto sucesso, enquanto aqui a gente continua dependendo de milhões — disse Frias. — Pagamos pelo PCR porque a fila para o teste gratuito estava muito grande. Fui de classe econômica e dividi o quarto com Helio Ferraz ( secretário adjunto ), foi um romance incrível - ironizou o secretário.

Frias terminou a live dizendo que a viagem a Nova York "está totalmente legal, viagem, alimentação, teste de Covid".

— Não vou ficar em rede social dando satisfação sobre isso.

Antes do encerramento da transmissão, Frias e Porciúncula também comentaram as mudanças na Lei Rouanet.

— A gente não é contra a Lei Rouanet, o problema é que ela foi desvirtuada. A elite usava esse recurso para fazer propaganda política ideológica. Somos chamados de "malvadões da cultura", mas estamos mais para ursinhos carinhosos — disse André Porciuncula.

No entanto, o secretário da Cultura não chegou a explicar o cancelamento de sua viagem à Rússia, Hungria e Polônia,também revelado pelo colunista Lauro Jardim neste sábado (12). Frias faria parte da comitiva que acompanharia o presidente Jair Bolsonaro (PL). A viagem ocorreria entre os dias 13 e 23 de fevereiro. Frias seria acompanhado por Porciúncula, Raphael Azevedo; secretário de Fomento, André Porciúncula; secretário de audiovisual, Felipe Pedri; e secretário-adjunto, Hélio Oliveira.