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Por Eduardo Graça — São Paulo

“The power”, adaptação de “O poder”, festejado livro lançado em 2016 pela inglesa Naomi Alderman, traduzido dois anos depois no Brasil, penou para chegar ao streaming. A série teve várias encarnações após o Prime Video vencer um disputado leilão por seus direitos. Entraram e saíram do projeto, entre outros, os atores Tim Robbins, Rainn Wilson e Leslie Mann, além da diretora Reed Morano — conhecida pela série “The handmaid’s tale”, ela trabalhou no projeto, mas pediu que seu nome fosse retirado dos créditos.

Em dado momento, Alderman reuniu um grupo de roteiristas mulheres e tomou, para o bem e para o mal, as rédeas da empreitada. Marcou um gol ao escalar Toni Colette para um dos papéis centrais. Mas boa parte da crítica torceu o nariz para o ritmo arrastado e a repetição dos arcos dramáticos de personagens espalhadas pelo planeta e às voltas com um novo poder: criar eletricidade, literalmente, na ponta dos dedos. Cinco dos nove primeiros episódios já estão disponíveis.

— Comecei a escrever a história após levar um pé na bunda de um namorado — conta Alderman. — Peguei o metrô em Londres e a primeira coisa que vi foi o pôster de um filme: uma jovem lindíssima aos prantos. Me deu um clique: por que não poderia ser um homem, igualmente gato, desesperado, chorando copiosamente por um amor não correspondido? Por que gostam tanto da ideia de mulheres sofrendo? Decidi dar um basta naquilo do jeito que podia: escrevi “O poder”.

A escritora acrescenta, com bom humor: ao ver Toni Collette interpretar uma das mulheres criadas no ímpeto da rejeição, “tive certeza de que saí daquele namoro no lucro”. Vencedora do Emmy e do Globo de Ouro por “United States of Tara”, a atriz australiana de 50 anos é celebrada, entre muitos outros, pelos filmes “O casamento de Muriel”, “Pequena Miss Sunshine” e “O sexto sentido” (pelo qual foi indicada ao Oscar) e, mais recentemente, pela série da HBO “A escada”.

Em “The power”, Toni é Margot, prefeita de Seattle, casada com o médico Rob (John Leguizamo). Os dois são pais de um menino e de uma adolescente (papel de Auli’i Cravalho, a voz original da protagonista de “Moana”), a primeira a descobrir o porquê da mutação que lhe garante o novo poder. Não exatamente uma surpresa, as cenas nessa casa típica de classe média alta americana são as papas mais finas dos primeiros episódios. Toni teve apenas cinco semanas de filmagem, após a saída de Leslie Mann, mas a química com Leguizamo é nítida.

— Como cheguei tarde ao jogo, tive a oportunidade de ver muita coisa que já havia sido gravada. E acho que entendi bem a ambição, o tamanho da coisa. Pensei imediatamente na minha filha, que fez 15 anos em janeiro e é, modéstia à parte, incrível — diz a atriz. — “The power”, creio, ajuda no empoderamento de meninas e mulheres mundo afora.

Entre outros destaques do elenco estão Halle Bush, como Allie, uma menina negra que usa o poder para se livrar de pais adotivos brancos abusivos nos EUA, se refugia em um abrigo de ex-freiras progressistas e escuta, em segredo, a voz da avó morta.

Também a ótima Ria Zmitrowicz, que vive a filha relegada de um mafioso em Londres. E, em um país fictício da Europa Oriental, Zrinca Cvitesic, que encarna Tatiana, ex-ginasta casada com o ditador do país, bem mais velho e autoritário dentro e fora de casa.

A autora faz, no livro e na série, uma reflexão mais ou menos sofisticada sobre como uma mudança na balança dos gêneros alteraria sensivelmente as relações entre homens e mulheres. Não por acaso, o vilão desta primeira fornada de episódios é o próprio patriarcado.

O teste da corrução delas

O desejo para as próximas temporadas, se a série tiver fôlego, é o de mergulhar a fundo em como estas supermulheres lidarão com a tentação da corrupção inerente ao poder. Ainda não há confirmação do Prime Video de renovação para uma segunda temporada.

— Ver como isso impacta mulheres de diferentes idades, culturas e histórias é um senhor exercício, pra atriz aqui e pro público também — diz Collette. — Tratamos de autonomia, de oportunidade, da habilidade de se proteger, algo muito natural para os homens. A eletricidade, aqui, é uma metáfora para o poder interno que todos temos. Propomos que você abra os olhos e imagine uma mudança.

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