RIO - A ideia de Zé Ricardo para o Palco Sunset , do qual é o curador desde sua criação (na edição portuguesa do Rock In Rio , em 2007), é que ele fosse visto mais do que um "espaço alternativo".
— Sempre pensei nele como um palco principal, como o Palco Mundo — conta o curador, que a cada edição vê seu desejo ser mais reconhecido. — Pela primeira vez, este ano o Palco Mundo vai parar duas vezes pra alternar com o Sunset. Isso mostra a importância do palco, assim como o fato de ter atrações como Seal , Jesse J , Whitesnake e King Crimson, uma banda que é mítica e que nunca tinha vindo ao Brasil.
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O Sunset em 2019 terá outras estreias. É a primeira vez que um estado é homenageado — o show Pará Pop, no dia 3 de outubro, reúne Dona Onete, Fafá de Belém, Gaby Amarantos, Jaloo e Lucas Estrela. E no dia 29 de setembro, haverá um inédito palco dominado por mulheres (com Elza Soares, Iza & Alcione e Jessie J entre as atrações).
Marcado pelos encontros (muitos deles) inéditos, o Sunset já registrou cruzamentos como Zé Ramalho & Sepultura, Mike Patton & Orquestra Sinfônica de Heliópolis, Gogol Bordello & Lenine, Nação Zumbi & Ney Matogrosso. Este ano, Zé Ricardo aposta em algumas combinações:
— As apostas de encontros parecem ousadas, mas quando anunciamos percebemos que elas têm tudo a ver entre si — diz o curador. — Elza Soares com As Bahias e a Cozinha Mineira, Kell Smith e Jessica Ellen é um encontro que vai além da música, tem a ver com o que essas pessoas acreditam. Anavitória e Saulo pode render uma noite de canções muito bonitas. E os quatro rappers do show Hip Hop Hurricane (Rael, Agir, Baco Exu do Blues e Rincon Sapiência) com uma orquestra sinfônica vai ser muito interessante.
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Zé Ricardo cita Seal, Lulu Santos, Mano Brown e Whitesnake como artistas que ele deseja há anos no Sunset, sonhos que consegue realizar nesta edição. Ele explica que, além de lidar com a disponibilidade dos artistas, ele tem que trabalhar com a ideia do quebra-cabeça que envolve qualquer curadoria, encaixando suas peças. Um desafio que inclui a conversa com a programação do Palco Mundo.
— A programação do Mundo e do Sunset deve acontecer sim, ainda mais com o Sunset assumindo cada vez mais esse papel de palco principal. Mas o diálogo deve se dar de forma saudável, sem dependência. Em 2017, na noite em que The Who e Guns'N'Roses eram as atrações do Palco Mundo, escalei CeeLo Green com Iza. Nas noites de metal é mais difícil escapar, mas mesmo assim não tem nenhuma neura.