Teatro
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Por Mari Teixeira — Rio de Janeiro

Fábio Porchat voltou ao papel anterior. Mais visto ultimamente sentado para ouvir as histórias inusitadas dos outros, sobe ao palco para contar as suas. O novo stand-up do comediante, “Histórias do Porchat”, chega hoje ao Rio de Janeiro no Teatro Casa Grande, no Leblon. Todos os finais de semana até 28 de agosto, Porchat vai falar de situações inusitadas que viveu durante suas viagens pelo mundo — já foram 55 países. Os momentos vão de uma massagem na Índia a uma dor de barriga no Nepal.

— Desde 2007 eu faço stand-up. Fiquei dez anos em cartaz direto. Veio a pandemia e pensei que as pessoas fossem querer dar risada quando passasse. E acho que pensei certo. As pessoas estavam sentindo falta de rir junto. É uma forma de a gente esquecer um pouco os problemas — diz o humorista, que destaca a importância do teatro.

O objetivo é ser leve, ele diz. Não tem piada sobre política, nem sobre qualquer assunto que venha a ser considerado polêmico. A experiência bem-sucedida do programa do GNT (com reprises na TV Globo) “Que história é essa, Porchat?” inspirou o novo espetáculo:

— As pessoas podem assistir ao programa, deitar e dormir tranquilas. Não vai deitar com raiva, não tem lacração nenhuma, e a peça é por aí. Sinto que em qualquer mesa de bar a conversa acaba terminando em política, eleições, e, quando a gente puxa esse assunto, as pessoas já te olham com uma cara de “ai que chato, vai falar disso mesmo?”

‘Piada não é improviso’

A peça não é a única novidade do aniversariante do dia. Na última semana, foi divulgado o trailer do novo filme estrelado e roteirizado por Porchat, “O palestrante”. Rodado em 2018, o longa está previsto para estrear nos cinemas no dia 4 de agosto. Na trama, Guilherme (Fábio Porchat) foi demitido e abandonado pela noiva. Durante uma viagem, assume a identidade de um palestrante motivacional.

— Sabe quando você sai do aeroporto e tem uma pessoa com uma plaquinha com o nome de alguém? Sempre tive vontade de dizer: “Oi, sou eu.” E é isso que ele faz. É uma comédia romântica muito bonitinha — detalha Porchat.

Teatro, TV, cinemas e, desde o mês passado, no streaming. À frente da série documental da National Geographic disponível no Star+ “O que você não sabia sobre o humor brasileiro”, Porchat e entrevistados fazem um “raio x da comédia”.

— É legal o público entrar na cabeça do humorista e entender que piada não é improviso, é uma ideia que é aprimorada, escrita — opina.

No segundo capítulo da série, o tema é o recorrente humor e limites. Quando questionado sobre o assunto, Fábio Porchat é categórico:

— A gente não faz essa pergunta para ficção científica, para poesia. O humor é uma forma de expressão assim como o cinema tem ali o drama, o romance, o terror... Então, não existe limite. O limite é a constituição brasileira. Cada um sabe até onde vai, dá pra rir de uma piada de política, de uma piada de pum ou de uma DR de casal. No fim das contas é sobre o que você quer assistir hoje.

Em março, influenciadores bolsonaristas criticaram cena do filme de comédia “Como se tornar o pior aluno da escola”, com Danilo Gentili e Porchat, e o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que o título fosse removido dos catálogos das plataformas de streaming no Brasil, o que no fim das contas não aconteceu. Os ataques e comentários negativos que recebe nas redes sociais, Porchat releva e diz que ainda estamos nos adaptando à internet.

— Eu leio tudo, vou investigar a pessoa, fico com peninha. Porque no fim das contas a vida das pessoas é muito dura, elas querem ser ouvidas, nem que seja através do grito, do xingamento. Claro que dá aflição ver a pessoa falando uma coisa que não tem pé nem cabeça, ou reproduzindo fake news, dá raiva, mas entendo isso — avalia.

O ator se dedica também a iniciativas como o “Divulga Porchat”, no qual se torna garoto-propaganda de pequenas empresas. Firmou uma parceria com o projeto Negro Muro, que pinta imagens de personalidades pretas pela cidade. Este ano, Porchat também pagou a inscrição do Enem para 200 alunos.

— A gente tem obrigação moral, o dever cívico de ajudar o outro da forma que for. Se não pode ajudar com dinheiro, doe seu tempo, divulgue as coisas, procure uma ONG no seu bairro. A gente precisa recuperar aquilo que o brasileiro tinha de ser gentil, de ser alegre, a gente precisa olhar pro lado — diz.

Onde: Teatro Casa Grande. Av. Afrânio de Melo Franco 290, Leblon (2511-0800). Quando: Sex e sáb, às 20h. Dom, às 19h. Até 28 de agosto. Quanto: R$ 120 (plateia) e R$ 100 (balcão), pelo site eventim. Classificação: 14 anos.

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