Teatro
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Por , Em The New York Times — Nova York

Estrelado por Jack Lemmon e Lee Remick, o longa “Vício maldito”, dirigido por Blake Edwards, foi lançado em 1962 — e nunca foi esquecido. O filme traçou de forma memorável o tema delicado do alcoolismo e da recuperação, uma trajetória hoje familiar (na tela e fora dela), mas raramente cantada. Agora, a transformação de “Days of wine and roses” (título original) de filme em musical na Broadway é um tiro certeiro.

Kelli O’Hara e Adam Guettel tiveram esta ideia há mais de 20 anos, quando ela era uma novata da Broadway. O’Hara já tinha uma coestrela em mente: Brian d’Arcy James, jovial e irônico, como Lemmon no filme, que hoje atua ao lado dela própria, sósia de Lee Remick. Guettel recrutou o dramaturgo Craig Lucas.

O musical sobre um casal encharcado de uísque finalmente chegou à Broadway esta semana, estrelado por O’Hara e James, no auge de suas carreiras, com vocais maravilhosamente combinados. A produção se esforça para mostrar o amor que impulsiona o relacionamento de seus personagens — por mais equivocado que seja.

“Vício maldito” começou como uma peça televisiva em 1958, do escritor JP Miller, que estava interessado em dramatizar as reuniões de Alcoólicos Anônimos. Apresenta Joe, um executivo de relações públicas que bebe muito, e Kirsten, uma secretária ambiciosa e abstêmia; quando eles se juntam, ela começa a beber. Casam-se e têm uma filha; eles são alcoólatras funcionais até que um encontra a sobriedade através do AA, e o outro afunda ainda mais.

Grande encontro

O espetáculo é conduzido quase inteiramente por O’Hara, de 47 anos, e James, 55, que se conheceram em 2002 e, durante a última década, desenvolveram “Vício maldito”. A química deles é palpável e, em uma entrevista conjunta, ele resumiu:

— É uma parceria como nenhuma outra que tive na criação no palco — disse.

Em sua crítica do New York Times sobre a estreia do musical no ano passado, na Atlantic Theatre Company off-Broadway, Laura Collins-Hughes chamou-o de “um musical jazzístico e doloroso” com um “terrivelmente glamouroso par central”.

O’Hara canta 14 dos 18 números do show. Durante aquela temporada e em prévias na Broadway, disse que logo compreendeu quão visceralmente a narrativa se conectava com o público. Certa vez, uma espectadora agradeceu-lhe, acrescentando que estava sóbria havia 23 anos. Poucas pessoas, observou a atriz, não foram afetadas pelo vício.

Para todos os envolvidos, disse James, era importante apresentar o alcoolismo não como o vemos agora, como uma doença, mas como era visto há várias gerações, ou seja, como um teste de força de vontade.

Contextualizando Joe e Kirsten em sua época, “o vocabulário é limitado. Eles não estão realmente equipados para falar sobre isso, descobrir ou tentar corrigir”, disse o ator.

É aí que as músicas entram. Liricamente, elas saltam da efervescência ao desespero, às vezes em um único número.

Desafio e tanto

Os criadores também resistiram em adicionar qualquer brilho contemporâneo aos relacionamentos.

— Sinto que os costumes sociais e culturais daquela época são quase um personagem do show — disse Guettel.

Para os atores, um dos maiores obstáculos foi o mais básico: agir como bêbado. É uma das coisas mais difíceis para um artista fazer, disseram o elenco e a equipe criativa. Afinal, as pessoas que estão embriagadas estão principalmente tentando parecer sóbrias.

Enfim, “diversão” não é uma palavra normalmente associada a “Vício maldito”, que mostra de forma tão sombria a fragmentação de uma família. Mas até O’Hara também teve que encontrar momentos de positividade.

— Há momentos de conclusão e sucesso, na vida e na maternidade e no casamento, é esta história que contamos. Saio do palco emocionado, mas exultante, orgulhosa e sem fôlego, literalmente sem fôlego — diz.

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