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Cheiro de carro novo. Foi a primeira coisa que senti ao entrar na casa do "Big Brother Brasil 24", no início da tarde desta quinta-feira, nos Estúdios Globo, na Zona Oeste do Rio. Com um grupo de jornalistas de todo o país (proibidos de portar celular), tivemos acesso em primeira mão à “casa mais vigiada do Brasil”, que receberá, na próxima segunda, 26 moradores — um recorde nestes 24 anos.
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O cheiro de plástico vinha, suponho, dos adesivos nas paredes do quadrado onde ela está construída. Eles simulam as paisagens da área externa, que parece menor do que aparenta na TV. Aliás, tudo parece à primeira vista menor do que surge na tela, e penso na convivência de quase 30 pessoas ali. Especialmente nas primeiras semanas de engarrafamento humano, principalmente no interior da casa.
Lá dentro, tudo é, digamos, pronunciado. É preciso deixar o espírito decorador de lado e pensar que os cômodos são cenários de um (reality) show e precisam ser marcantes para imprimir bem na tela. Este ano, a sala tem um ar de biblioteca antiga, com papiros, ampulhetas, lupas e toda sorte de antiguidades como objetos cênicos. O botão de desistência está num relógio com algarismos romanos — que alguém apertou e fez um barulho, de fato, ensurdecedor.
Uma parte da casa tem decoração de floresta: o quarto menor, mais perto da sala (que, pessoalmente, achei mais sóbrio e aconchegante, com três camas de solteiro e uma de casal) e o banheiro coletivo. Ah, o banheiro. Quanto vale dividi-lo, voluntariamente e não por força da necessidade, com mais 25 pessoas? Ainda mais um que tem grama no chão? Sim, uma grama tipo a da área externa também está perto da pia e do chuveiro. A informação oficial é de que ele simula um poço dos desejos, visto que, em 2024, a pegada da casa é conto de fadas. E para quem quer saber se no toalete tem câmera, a resposta é: não sei. Ele estava fechado.
As cozinhas seguem a clássica divisão Xepa e Vip, mas foi unanimidade entre os “participantes jornalistas”: a da Xepa é bem mais bonita do que a do Vip. Toda rústica, com um mesão em madeira, esta área da turma de pouca estaleca é linda. Segundo o release oficial, a inspiração foi uma taberna medieval. A dos mais favorecidos é supercolorida, com uma cara mais moderna, inspirada em “Alice no país das maravilhas”, informa a equipe de cenografia. Ah, sim, agora fazem sentido as setas na parede!
Elas continuam perto do quarto maior, que apostamos ser o Lollipop (o do "BBB 22") da vez. Todo em rosa e roxo, ele é fofo demais e grande demais também (uma cama de casal e seis de solteiro). Talvez, por essas duas razões, eu tenha preferido o quarto floresta.
Faltou conhecer a academia e o quarto do líder, que não estavam abertos à visita. Também não entramos na despensa, devidamente iluminada em vermelho, sinal que proibia nossa entrada. Mas estavam lá, já preparados, o Big Fone (laranja e antigo, tal qual um fone de orelhão) e a caixa dos sorteios que o líder geralmente pega na despensa (dessa vez, com formato de livros empilhados). Ah, e no “esquema” está também o confessionário, onde posei para uma foto pensando “hoje meu voto vai para…”.
Não falei das câmeras? Pois é. Não ficamos nem meia hora na casa e esqueci delas. Prestei atenção nos primeiros cinco minutos, quando fiquei na área externa e tentei enxergar alguma coisa pelos espelhos ou contar as engenhocas penduradas, entre câmeras e refletores. Desisti — de procurar vultos (não ia achá-los) ou fazer conta (era muita parafernália). O tempo era pouco e a experiência, única. E é melhor parar depois desta frase, porque, pelo visto, já estou “falando” que nem BBB em dia de paredão. Obrigada pela leitura, Brasil.
