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Por O GLOBO — Rio de Janeiro

Afinal, Davi foi homofóbico ou não, no BBB 24? Na noite do último domingo (14), depois de ser colocado no paredão pela segunda vez, o participante afirmou para Nizam, durante uma discussão acalorada: "Eu sou homem, seu put*! Eu sou homem nessa desgraça. Não sou veado! Meu pai me fez foi homem!". A fala repercutiu negativamente nas redes sociais — e vem impulsionando, desde então, um debate crescente nas redes sociais. É que há quem defenda o rapaz alegando que a frase se trata, a rigor, de uma expressão regional proferida em determinados locais da Bahia, sobretudo em Salvador.

Conterrânea de Davi, natural da capital baiana, a jornalista Maíra Azevedo, mais conhecida como Tia Má nas redes sociais, explicou que, em Salvador, uma miríade de expressões politicamente incorretas fazem parte do vocabulário corrente da população. "Aqui em Salvador usamos algumas expressões bem problemáticas: 'Sou homem, não sou viado'; 'Sou mulher, não sou puta'; 'Meu filho(a) foi parido, não foi cuspido'; 'Tá achando que sou filho de puta com sacana?!'. Não é defesa, mas de fato faz parte do vocabulário!", ressaltou ela.

Diante das críticas acerca de seu posicionamento, a jornalista reforçou que reconhece a homofobia presente na expressão — e que não está apoiando Davi. "Não é defesa! É falar o que sei enquanto soteropolitana, e isso não quer dizer que eu concorde, ou que não deveria mudar. Na periferia de Salvador vários termos cruéis e violentos são utilizados de forma 'até carinhosa'. Quem sabe, com a repercussão exista reflexão e mudança!", acrescentou ela.

Diretor de Combate e Superação do Racismo do Ministério de Igualdade Racial, Yuri Silva concorda com o fato de a expressão ser uma gíria regional. Mas alerta para o caráter homofóbico, sim, dos termos. "Davi foi homofóbico na fala dele, fruto da LGBTfobia estrutural que nos afeta. A palavra 'viado' e a expressão 'não sou viado' são gírias na Bahia, o que não justifica o erro. Mas não vamos usar a correção ao Davi pra beneficiar o grupo dos machos babacas que pensam coisa pior", afirmou.

Outros internautas destacaram que o fato de ser uma expressão não justifica a fala do participante. "Quando a pessoa é hétero e fala 'eu sou homem, não sou viado' ela está SIM sendo homofóbica. Não importa de onde ela é e se é comum usar 'viado' como gíria. Nesse contexto basta ter meio neurônio pra perceber que o 'sou homem' é igual a 'sou hétero', e o 'viado' é algo negativo", comentou um usuário do Twitter.

Davi se desculpa

Após utilizar as tais expressões homofóbicas, Davi foi abordado pelo participante Michel para falar acerca do assunto. "Cuidado com o que você fala. Isso é muito delicado. Pega muito mal. Você pega uma minoria aí... Estou aqui por isso. A gente luta para caralh* para não ter isso", afirmou Michel, que já revelou que deseja utilizar o valor do prêmio — caso seja campeão — para realizar, entre outros desejos, o sonho de se casar com seu atual companheiro.

Diante de Davi, o professor de geografia acrescentou: "Ali no quarto, eu achei que poderia ter sido uma maneira de expressão que, infelizmente, as pessoas ainda tendem a usar, sabe? Tanto que eu falei: 'Pô, aí não'. Falo por mim e por todos igual a mim".

Davi reconheceu o erro, se desculpou e ressaltou que não teve a intenção de discriminar alguém. "É que eu estava estressado, mano. Mas não foi nenhum modo de querer te machucar, tá entendendo? Respeito você pra caramba. Acho você um cara bacana, e não tenho nada contra você. O que vale é a amizade e a confiança. E é isso o que importa, independentemente do seu gênero, do seu sexo, o que você for...", respondeu Davi, abraçando o colega de confinamento.

O motorista de aplicativo continuou: "Eu estava de cabeça quente, e foi um momento em que eu expressei o que estava sentido para fora. Mas nada para querer machucar nem você e nem ninguém". Michel deu então outro abraço em Davi e concluiu a conversa: "Perfeito, obrigado. Infelizmente, muitas pessoas ainda usam (expressões do tipo), e às vezes sem pensar".

Em seguida, Davi abordou o assunto com a colega Isabelle, que afirmou que também se sentiu incomodada com o uso da expressão "veado" naquele contexto, alertando para ele que o termo é pejorativo. O baiano reconheceu a importância de tocar nesse tema — e acrescentou que possui amigos gays. "São hábitos que eu tenho, tá ligado?", afirmou ele.

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