Fãs relembram fala de Emicida sobre Gloria Maria: 'Referência de possibilidade'

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No ar, Emicida disse que, antes mesmo de adquirir um "letramento racial", ver a jornalista todo domingo no Fantástico o incentiva a não desistir. "Quando eu via a Glória Maria todo domingo na televisão, eu tinha nela uma espécie de referência de possibilidade. Eu não podia desistir porque a Glória Maria era a pessoa que me dizia que era possível vencer nesse lugar", afirmou. "Obrigado por você existir, Glória Maria. Se hoje tem um Emicida, é porque antes existiu uma Glória Maria."

O rapper também desejou que Glória Maria chegasse aos "duzentos e pouco" para que novas gerações pudessem continuar a vê-la na TV. A repórter se emocionou.

Glória Maria foi a primeira jornalista negra da TV brasileira. Estreou como repórter em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio. Naquela época, os repórteres ainda não apareciam no vídeo. Mas Glória Maria não demorou a surgir na telinha: foi em 1974, numa reportagem sobre a preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo.

A repórter também a primeira brasileira a usar a Lei Afonso Arinos, que proibiu a discriminação racial no Brasil, em 1951. A lei não considerava o racismo um crime, mas um contravenção. No início dos anos 1970, ela foi barrada em um hotel por um gerente que disse que "negro não podia entrar". Glória Maria chamou a polícia e o levou aos tribunais. No entanto, contou ela numa rede social em 2019, o homem se livrou da acusação "pagando uma multa ridícula".