TV
PUBLICIDADE
Por


Boninho: 'O reality show é um gênero querido no Brasil e no mundo. Você vibra, torce e se identifica com  as histórias a que  assiste na televisão' — Foto: Divulgação/TV GLOBO/João Cotta
Boninho: 'O reality show é um gênero querido no Brasil e no mundo. Você vibra, torce e se identifica com as histórias a que assiste na televisão' — Foto: Divulgação/TV GLOBO/João Cotta

Ele tem 61 anos, 5,6 milhões de seguidores no Instagram, faz story com dancinha, declara seu amor para a mulher nas redes, faz foto tomando vinho caro em jantar idem, tem fama de dizer na lata o que pensa. Numa seleção para o “Big Brother Brasil”, reality de maior sucesso da Globo, a caminho de sua 24ª edição, seria um bom perfil? Na opinião do diretor de gênero de Variedades e Realities na Globo, José Bonifácio Brasil de Oliveira, popularmente conhecido como Boninho, nome por trás da atração, a resposta é não:

—Acho que eu não me escolheria para o “BBB”.

Supondo que ele seja voto vencido na escolha, dentro do confinamento garante que mergulharia de cabeça, sem medo de combinar voto e de ser exposto a possíveis cancelamentos:

— Se entrar, é para entrar sem medo. Viver tudo. Jogo é para ser jogado.

O novo jogo que Boninho está jogando é outro reality, musical, que entra no ar no segundo semestre de 2024. O programa ainda não tem nome definido, mas sua dinâmica vai misturar ingredientes novos a receitas já testadas — o cardápio de seu núcleo inclui “Caldeirão com Mion”, “Programa Ana Maria Braga”, “No limite”, transmissão do carnaval na Sapucaí, especial de fim de ano de Roberto Carlos.

— O programa é produzido para ser ao vivo, diário e multiplataforma. Teremos confinamento, desafios da convivência, competição, provas. Os competidores vão vivenciar todo o processo de criação de uma carreira musical dentro de um reality show — adianta Boninho.

A atração é uma das novidades anunciadas pela Globo para 2024, que incluem ainda cobertura dos Jogos Olímpicos de Paris, mudanças na grade dos domingos e novas opções na área de dramaturgia.

Enquanto toca o projeto, ele ajusta o “BBB 24”, que estreia em 8 de janeiro. Aqui valem alguns números para entender o tamanho da história. Segundo Boninho, pesquisa recente da Globo mostrou que o gênero reality faz parte da vida de seis em cada dez brasileiros, e os de confinamento são os mais assistidos, algo em torno de 60%. A esse “desafio” somam-se a longevidade no ar, as mudanças constantes nos temas da pauta nacional (alguns sensíveis), o peso avassalador das redes sociais (muitas vezes assumindo o papel de tribunais em tempo real) e a consolidação do streaming no hábito do espectador.

Na entrevista a seguir, realizada por e-mail, ele fala das novidades do “BBB 24”, que inclui um terceiro grupo de participantes, distinto dos já conhecidos Pipoca e Camarote; outro sistema de votação; e quadros de humor diferentes. A mão firme para manter tudo isso no eixo rendeu a Boninho um apelido nos bastidores: “Big Boss”:

— Acho engraçado, brinco com esse personagem, que agora é bem mais leve e divertido. Hoje em dia muitas crianças me param na rua para fazer uma selfie. Esse atual Big Boss é fofinho!

Você é um dos responsáveis pela criação e adaptação de consagrados realities na Globo. Num cenário que muda rapidamente, com TV aberta, streaming e redes sociais convivendo, como vê o futuro dos reality shows?

O reality show é um gênero querido no Brasil e no mundo. Você vibra, torce e se identifica com as histórias a que assiste na televisão. Uma pesquisa recente da Globo mostrou que os realities fazem parte da vida de seis em cada dez brasileiros e o reality de confinamento, como o “BBB”, é a categoria mais assistida, por mais de 60% das pessoas que assistem a realities. O “BBB 23” falou com mais de 145 milhões de pessoas. Isso é 70% da população brasileira! As pessoas se conectam com os personagens, são capazes de se imaginar passando pelas mesmas situações que eles e, consequentemente, se envolvem com as histórias. São vários tipos de gente e de culturas, relacionamentos, conflitos. É um gênero que está sempre se renovando e se adapta muito bem a diferentes plataformas. Hoje você assiste a um reality na TV, mas pode assistir ao vivo pela plataforma de streaming ou até rever o que mais gostou no on demand, consumir mais sobre ele nas redes sociais, nos portais de notícia. Os nossos realities já são multiplataforma há muitos anos. São pensados para serem consumidos de maneira complementar: na TV aberta, na TV por assinatura, no streaming, no digital, nas redes sociais...

Como foi a concepção do novo reality show musical que vai estrear no segundo semestre de 2024? Há características universais que devem estar em diferentes realities, de sobrevivência, convivência ou competição musical?

O público não só continua amando realities, como sempre nos pede novos formatos. Desenvolvemos um formato original dentro do universo da música. Um conceito inédito, produzido para ser ao vivo, diário e multiplataforma. Teremos confinamento, desafios da convivência, competição, provas e muitas surpresas no andamento da disputa. Os competidores terão a chance de vivenciar todo o processo de criação de uma carreira musical dentro de um reality show, recebendo as ferramentas necessárias para aprender o ofício em toda a sua completude. E o público vai acompanhar os bastidores de todas as etapas desta construção de um novo talento musical. Acredito que seja o maior reality musical que já produzimos, com um formato próprio, criado por nós e que estará em todas as plataformas Globo no segundo semestre de 2024.

Quais as diferenças entre a nova atração e outras do gênero exibidos pela Globo? Está mais para 'The voice' ou 'The masked singer'? Com nomes conhecidos ou novos talentos?

É totalmente diferente. A começar pelo formato ao vivo e diário. O público vai poder acompanhar o dia a dia dos participantes. É um reality de convivência, dentro de uma competição musical. E tem provas, tem disputa, tem muita gente talentosa e muitas novidades. Posso garantir que não terá nenhuma referência desses dois que já exibimos.

Qual público e quais anunciantes este novo programa vai buscar idealmente?

É um programa que fala com todas as idades. Feito para assistir em família e torcer com os amigos. Para quem gosta de música, de reality, de disputa e de acompanhar a vida e história desses competidores, desses novos artistas. E estamos falando de muita gente! (risos) Estamos usando toda a experiência da Globo e de suas equipes, que fazem reality show há mais de duas décadas, para entregar mais um programa cativante, multiplataforma, que consiga dialogar com público de todo o Brasil. E os anunciantes sabem que, em nossos realities, eles têm lugar de destaque. As marcas entram de maneira orgânica na disputa, já fazem parte da dinâmica do programa. Será assim também no novo reality que estamos preparando...

Você transformou seus perfis nas redes sociais em canais de comunicação com o público do “BBB”, com informações sobre a atração, pistas, dicas... Como foi essa aproximação?

Sou usuário do Twitter desde sua criação, quando não tinha ninguém na plataforma, e trago essa cultura para o programa. Se há chance de inovar, é o que vamos fazer. Estudar, entender e incorporar. Quando ninguém ainda falava em redes sociais, fizemos do “BBB” o primeiro programa multiplataforma da TV, que, se você pensar bem, é multiplataforma desde a sua criação, muito antes de essa nomenclatura existir, com um sistema de votação diferenciado e com diferentes plataformas de comunicação entre programa e público. Desde o SMS até chegar à Rede “BBB”, em cada época ousamos de maneiras diversas. É um programa que nos permite essa ousadia, nos permite experimentarmos. Essa inquietude faz parte do seu DNA em todos os aspectos, seja na TV, no comercial, nas redes... Comigo, em minhas redes, não é diferente. Da chegada do Twitter aos dias de hoje, essa minha conversa cada vez mais ampla com o público aconteceu naturalmente. Eu sou apenas um canal de contato com o telespectador. Mas a comunicação oficial do programa é feita pela Globo, eu sou o cara que pode colocar uma pimentinha, quando dá! (risos)

Você acha que as redes sociais tiveram impacto sobre formatos de realities nos últimos anos, na medida em que reverberam e canalizam temas que se destacam nos programas? Considera isso mais positivo ou negativo?

As redes sociais dão voz para as torcidas, geram um enorme buzz para o programa. Nos ajudam a ter a temperatura das nossas apostas, ações, provas, e os números nos mostram como esse alcance é gigante para os padrões das redes. Para você ter uma ideia, o “BBB 23” acumulou mais de 58 milhões de tuítes e representou cerca de 90% de tudo o que foi falado sobre a Globo até o dia 23 de abril. No Google foram mais de cinco milhões de buscas sobre o programa. No Gshow, o número de usuários quase triplicou em comparação ao período pré-reality. A cobertura do G1 sobre o “BBB” fez o site atingir quase dez milhões de pageviews entre janeiro e abril, quando as publicações sobre o programa representaram 84% da audiência da editoria de TV e Séries. Eu considero essa participação muito positiva, é a nossa temperatura, são nossos parceiros de viagem. A repercussão sobre os temas que reverberam, o minuto a minuto nas provas de resistência, tudo é relevante. É o reconhecimento do público naquele lugar, seja de quem fala, seja de quem escuta.

Falando mais um pouco de 'BBB', a cada edição, e lá se vão 23, novas regras são criadas, antigas são alteradas, provas ficam mais elaboradas. Qual é o maior desafio para manter um reality, seja ele sobre que tema for, antenado com o seu tempo?

O desafio é justamente estar atento a todas as mudanças, sejam elas tecnológicas, sejam sociais, ao próprio gosto do público, às diferentes formas de consumir conteúdo... A renovação faz parte do nosso conceito para manter o “BBB” longevo e da minha cultura televisiva como um todo. Renovar sempre! Ao mesmo tempo que é um desafio, é muito instigante para a gente que trabalha nos bastidores. Eu adoro!

Você já entrou fantasiado de dummy em festas do 'BBB', tem o apelido de 'Big Boss Boninho', com fama de quem bota ordem nos bastidores do programa. Esta fama é verdadeira? O que acha dela?

Eu acho engraçado, brinco com esse personagem, que agora é bem mais leve e divertido. Hoje em dia muitas crianças me param na rua para fazer uma selfie. Esse atual Big Boss é fofinho! (Risos) Já nos bastidores é um enorme trabalho de equipe, extremamente competente, que se dedica diariamente para levar o “BBB” a milhares de telespectadores e faz isso com maestria. Sou só mais uma peça dessa engrenagem.

Hoje em dia muitas crianças me param na rua para fazer uma selfie. Esse atual Big Boss é fofinho! (Risos)
— Boninho

Numa escala de 0 a 1O, que aspecto de um reality show tem maior peso: elenco, provas, apresentador, convidados, edição?

Cada um desses elementos tem muita importância, é o conjunto que define o sucesso. Precisamos de todos eles para colocar de pé uma competição de alto nível. Precisamos de nota dez em todos os quesitos. Por isso, ao longo do ano, nos debruçamos com a mesma intensidade em cada uma dessas etapas, desde as seletivas, quando viajamos o Brasil inteiro em busca daqueles que serão escolhidos, pesquisas que realizamos, olhando as tendências, novas provas e cenários, tudo para surpreender o público no próximo projeto.

Mesmo tendo o entretenimento como bandeira, realities de observação do comportamento humano no confinamento acabam se tornando um espelho da sociedade de seu tempo, com temas contemporâneos cada vez mais em pauta. Como você enxerga isso? Aumenta a responsabilidade de quem faz?

O que a gente quer é entregar o melhor entretenimento, um jogo de qualidade, um reality bom de assistir. E quem faz o jogo rodar, da forma que for, são os jogadores. Nosso papel é estar atento ao que acontece ali, propor dinâmicas e agir quando necessário. Quantas falas e mensagens importantes tivemos nas edições do “BBB” que vieram de quem estava lá dentro? O “BBB” acaba sendo o reflexo de um recorte das questões da sociedade porque seu ingrediente principal é gente! E por isso mesmo temos olhos voltados para o que acontece lá dentro 24 horas por dia, sete dias por semana. É um processo que exige um olhar atento de todo mundo que está envolvido. Quando surgem temas importantes, sempre buscamos ter um discurso alinhado com o objetivo de informar com responsabilidade. E, claro, contamos com especialistas sempre que o assunto pede. É, sim, uma grande responsabilidade. Costumo dizer que a sociedade muda, evolui, e nós também.

Ao longo das edições e com elencos mistos de famosos e anônimos, as torcidas e os administradores dos perfis dos participantes ganharam grande peso. Na edição do 'BBB 24', haverá mudança no sistema de votação. Como isso pode impactar o programa?

Não acho que são os ADMs, e sim as torcidas que se apaixonam por algum participante. As mudanças vêm ao encontro das demandas do público. Sempre ouvimos e, ao longo dos anos, fomos amadurecendo o formato para que trouxesse ainda mais representatividade da vontade popular. No “BBB 24”, as torcidas dos participantes continuam desempenhando seu papel no programa, enquanto os espectadores, individualmente, também têm peso na decisão final. Teremos duas fases de votação em 2024. Primeiro, o voto será para ficar no jogo o favorito entre os emparedados; depois, o voto passa a ser para eliminar. Em cada uma dessas etapas teremos duas formas de contribuir com a decisão: “voto da torcida”, em que será possível votar quantas vezes quiser, e “voto único”, quando quem desejar participar terá que informar seu CPF e só poderá votar uma vez. Cada modalidade tem peso de 50% no resultado, cujo percentual final será a média ponderada dos dois formatos.

Alguma outra novidade que você possa adiantar sobre o programa?

Sempre temos novidades, e algumas delas já foram anunciadas: um terceiro grupo de participantes, diferente dos já conhecidos Pipoca e Camarote; novo sistema de votação, com voto único e de torcida; duas fases de votação, uma para manter no programa e outra para eliminar; novos quadros de humor... Mais que isso ainda não posso contar, mas vocês podem acompanhar porque em breve pintam mais novidades por aí.

Em seus perfis nas redes, você faz dancinha, declaração para sua mulher, Ana Furtado, mostra jantares com seu pai, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Você teria coragem de entrar em um reality show ou acha que esse 'Big Brother Boninho' é seu limite de exposição?

Fico com as minhas redes, acabei de voltar de Orlando exausto só para agradar minha filha, mas paro por aí. Acho que eu não iria me escolher para o “BBB” (risos).

Boninho dentro de um “BBB”: Completaria prova de resistência? Tentaria decifrar pistas no discurso do Tadeu Schmidt? Combinaria voto? Iria repetidas vezes para o paredão? Teria medo de falar algo e ser cancelado?

Quem me acompanha nos bastidores sabe o quanto eu sou o maior defensor de que o jogo é para ser jogado. Portanto, eu cairia pra dentro, se entrar é para entrar sem medo. Viver tudo. O que foi mesmo que o Tadeu quis dizer naquele discurso? (Risos)

Quem me acompanha nos bastidores sabe o quanto eu sou o maior defensor de que o jogo é para ser jogado. Portanto, eu cairia pra dentro, se entrar (no 'BBB') é para entrar sem medo. Viver tudo
— Boninho

Que reality você não fez e que ainda tem vontade de realizar? Mais que isso: o que tem vontade de fazer na TV fora da realidade dos realities, sua marca registrada?

Eu tenho vontade de fazer tudo que ainda não fiz! E eu já fiz muita coisa, afinal são quase 40 anos de televisão. Já dirigi clipes do “Fantástico”, criei a “TV Colosso”, fiz o canal Multishow, “Vídeo show”, “Caça-talentos”, “Malhação”, “Chacrinha”, minha amiga Angélica com “Estrelas”... E por aí vai, muita coisa de sucesso que me deu muita alegria. E, hoje, além dos realities, faço o carnaval na TV Globo, o “Panelaço” no GNT; os especiais de fim de ano, Roberto Carlos, show da Ivete etc. Continuo ligado, pesquisando, criando. Afinal televisão é o meu parquinho.

Mais recente Próxima Rachel Sheherazade é expulsa de 'A Fazenda 15'; entenda
Mais do Globo

Herança dos povos que habitavam a costa do Brasil na época do descobrimento, peça deve ser exposta ao público pelo Museu Nacional em agosto

Ancião sagrado: manto Tupinambá, que foi devolvido ao Brasil pela Dinamarca, 'pediu' para ser trazido de volta; entenda

Três dos 66 passageiros dos dois veículos conseguiram escapar antes que eles caíssem no rio Trishuli

Mais de 60 estão desaparecidos após deslizamento de terra arrastar ônibus no Nepal; vídeos

Armas são invisíveis e silenciosas; relação entre países está cada vez mais tensa

Coreia do Sul vai usar lasers 'Star Wars' contra drones norte-coreanos

Homem e mulher são acusados de tentar enviar informações sigilosas para Moscou; eles podem enfrentar até 15 anos de prisão

Casal acusado de espionar para a Rússia é detido na Austrália

Time ficará uma rodada sem jogar e pode aproveitar período para se adaptar melhor às ideias de Mano Menezes

Criciúma x Fluminense: Intensidade na reta final aponta caminho para reação no campeonato; leia análise

Pesquisador da Universidade de Yale publicou vários livros comentando seus avanços e descobertas ao longo desses anos

Médico que ficou oito anos sem tomar banho revela efeitos no corpo; entenda

O incidente ocorreu nos Alpes italianos; a vítima, de 41 anos, estava de férias com sua família

Mulher cai 150 metros e morre após roupa prender em teleférico, na Itália

Meia alvinegro deixou o gramado logo após sentir a coxa em cobrança de penalidade

Eduardo, do Botafogo, não foi o primeiro: relembre outros jogadores que se lesionaram no momento do pênalti

Vencedores de concorrência digital de quase R$ 200 milhões na pasta eram conhecidos antecipadamente

Licitação da Secom faz reviver espectro da corrupção nas gestões petistas

As prisões são incomuns, mas não inexistentes

Presos por racismo