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Por O Globo — Rio de Janeiro

Musa da televisão brasileira entre as décadas de 1970 e 1980, a atriz Elizangela, que morreu nesta sexta-feira (3), recusou oferta para posar nua, há cerca de 35 anos. A artista explicou que não gostava de compartilhar sua intimidade.

Elizangela afirmou, em entrevista ao EXTRA, publicada em maio de 2017, que era uma pessoa "discreta e reservada". E acrescentou que seu jeito de ser "não combina com exposição".

Questionada se foi por este motivo que não aceitou posar nua, no passado, a atriz respondeu:

— Com certeza! Quando fui chamada para posar nua, pensei na minha filha (Marcelle, atualmente com 48 anos), no porteiro, no homem da banca de jornal. O cachê era muito bom, mas dinheiro nenhum paga a minha intimidade. Minha intimidade não é do mundo.

Velório

Elizangela do Amaral Vergueiro (conhecida apenas como Elizangela) morreu aos 68 anos, em Guapimirim, no estado do Rio. O velório da atriz ocorre neste sábado no Crematório do Cemitério da Penitência. A cerimônia de despedida da atriz será aberta ao público das 13h às 15h. Depois deste horário, apenas amigos e familiares poderão ficar no local. O corpo será cremado por volta das 17h.

A atriz morreu após dar entrada no Hospital Municipal José Rabello de Mello devido a uma parada cardiorrespiratória. Ela chegou à unidade de saúde conduzida pelas equipes do SAMU. Houve tentativas de reanimá-la durante o translado e já no hospital, mas sem êxito.

Em nota, a Prefeitura Municipal de Guapimirim lamentou "a morte da consagrada atriz". "Esta é a segunda vez que o sistema de saúde do município atendeu Elizangela. Na primeira, Elizangela deu entrada na unidade com graves problemas respiratórios, e depois de algumas semanas, teve alta da unidade", afirma o comunicado.

Elizangela começou a atuar ainda na infância e ganhou fama por atuar em novelas como "Força do querer", "Senhora do destino" e "Dona do pedaço", entre outros sucessos.

Nascida em 11 de dezembro de 1954, no Rio, era filha de um executivo e de uma dona de casa. Aos 7 anos, já fazia comerciais ao vivo na TV Excelsior. Na mesma emissora, estrelou o programa de entrevistas “A outra face do artista”, o “Jornal infantil Excelsior” a atração de variedades “Futurama” — tudo ao vivo. Aos 10 anos, comandava um programa de auditório no horário nobre: “Essa gente inocente”.

Ingressou na TV Globo em 1966. Participou do primeiro programa infantil da emissora, o “Capitão Furacão” — era líder da equipe de grumetes. Em seguida, apresentou o programa de variedades “Show da cidade”, sem deixar a atração infantil. Em 1969, estreou no cinema com o filme “Quelé do Pajeú”, dirigido por Anselmo Duarte. No ano seguinte, participou de “O enterro da cafetina”, inspirado em histórias de Marcos Rey. Em 1971, foi a vez de atuar na adaptação de um conto de Graça Aranha: “Vale do Canaã”. Desde os 15 anos, já trabalhava no teatro. Também apareceu em teleteatros, que faziam sucesso na TV. Marcou presença em produções como “O médico e monstro”, “A megera domada” e Medeia”, todas na TV Globo.

Em 1972, deu início a uma longa e bem-sucedida carreira nas novelas interpretando Sandra em “O bofe”, folhetim de Bráulio Pedroso e Lauro César Muniz. No ano seguinte, deu fida à rebelde Teresa em “Cavalo de aço”, novela de Walther Negrão. Elizangela fez parte do elenco da primeira versão de “Roque Santeiro”, que iria ao ar em 1975, mas foi censurada. Na trama de Dias Gomes, ela seria Tânia, a filha de Sinhozinho Malta, papel assumido por Lídia Brondi na versão que o Brasil conheceu, em 1985. Elizangela, no entanto, não ficou de fora da novela. Interpretou um papel criado sob medida para ela: Marilda.

Ainda nos anos 1970, participou das novelas “Pecado capital” (1975), “Locomotivas” (1977), que foi o primeiro folhetim das sete em cores, e “Feijão maravilha” (1979). Nessa época, também apareceu em programas humorísticos capitaneados por mestres como Jô Soares, Renato Aragão e Chico Anysio. Também foi cantora: gravou um compacto com a música “Pertinho de você”, em 1979.

Na década de 1980, a atriz continuou nas novelas. Integrou o elenco de folhetins como “Jogo da vida” (1981), onde interpretou a empregada Mariúcha, que sempre olhava para a câmera e piscava sempre que ia soltar uma piada. Também participou de “Paraíso” (1982) e “Tudo ou nada”, esta última na TV Manchete. Voltou à Globo em 1991, no humorístico “Estados Anysios de Chico City”. No ano seguinte, apareceu em “Pedra sobre pedra”, onde deu vida a Rosemary Pontes, esposa de um político e um dos primeiros personagens da TV brasileira a ter celular (que quase nunca funcionava).

Entre 1993 e 1996, fez novelas no SBT: “Éramos seis” e “As pupilas do senhor reitor”. Em 1997, retornou à Globo para atuar em “Por amor”, de Manoel Carlos, como a suburbana adúltera Magnólia.

Um de seus papéis de maior destaque foi a ex-prostituta Rejane, de “Senhora do destino”, folhetim de Aguinaldo Silva, no qual foi amiga da vilã Nazaré Tedesco (Renata Sorrah). Também atuou em “A lua me disse” (2005), “A favorita” (2008), “Ti-ti-ti” (2010), “Aquele beijo” (2011), “Salve Jorge” (2012) e no seriado “Segunda dama” (2014). No mesmo ano, apareceu na telinha como a Jurema de “Império”. Em 2017, esteve em “A força do querer”. Seu último papel de destaque na TV foi em “A dona do pedaço” (2019).

Contra a vacina

Mais recentemente, Elizangela foi notícia por se recusar a tomar a vacina para Covid-19. A atriz não tomou uma dose sequer. Em 2022, chegou a ser internada, em Guapimirin, em estado grave e com sequelas respiratórias. Quase precisou ser intubada.

A recusa em se vacinar lhe custou um papel na novela "Travessia", de Glória Perez, que foi ao ar em 2022.

A atriz questionava a eficácia das vacinas nas redes sociais. Alvo de duras críticas por seu negacionismo, chegou a reclamar da solidão após se livrar da doença. "Quem não me procura é porque não sente a minha falta. Quem não sente a minha falta é porque não me ama. O destino decide quem entra na minha vida, mas eu decido quem fica nela", disse ela em um vídeo publicado em uma rede social.

"A verdade dói, mas só dói uma vez. A mentira dói cada vez que a gente lembra dela. A gente tem que valorizar quem valoriza a gente e não dar prioridade para quem trata a gente como opção", completou.

No ano passado, Elizangela participou de um especial de Natal ao lado de Regina Duarte (que comandou a pasta da Cultura no governo de Jair Bolsonaro), Karina Bacchi e youtubers que apoiavam o ex-presidente.

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