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Por — Rio de Janeiro

Foram 24 horas em que a democracia se equilibrou numa corda bamba. As imagens ainda estão nítidas na memória de muita gente — e reverberam na vida política da nação. Como esquecer da massa de vândalos destruindo o patrimônio público em Brasília, uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 8 de janeiro do último ano? Como borrar da mente a cena em que um homem, embalado na bandeira verde a amarela, abaixa a bermuda e simula defecar no Supremo Tribunal Federal (STF)? E a do relógio de Dom João VI, relíquia histórica trazida para o Brasil em 1808, sendo arruinado no Palácio do Planalto? E a dos retratos de ex-presidentes do Senado sendo rasgados e quebrados?

Documentário com roteiro e direção de Julia Duailibi e Rafael Norton, “8/1 — A democracia resiste” se debruça sobre este trauma recente na História do país para desvelar algo que ainda permanece oculto, ao olhos da população, acerca do episódio. O longa-metragem produzido pela Globonews — a estreia acontece no domingo, às 23h30, com reexibição na segunda-feira, às 21h — expõe, por meio de imagens inéditas, o bastidor das tomadas de decisão entre autoridades civis e militares naquele dia.

Num dos trechos, por exemplo, Lula aparece demonstrando indignação dentro da sala de crise montada em Araraquara, em São Paulo — onde ele se encontrava no momento dos ataques —, enquanto conversa com Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Em outra passagem, é possível ver o secretário-executivo de Justiça e Segurança Pública Ricardo Cappelli, então nomeado como interventor no Distrito Federal, orientando agentes policiais a formar um cordão de isolamento no edifício que abriga o Ministério da Justiça.

— A gente mergulhou nessas 24 horas para recontar e reconstruir esse dia. O ponto principal é mostrar o que as pessoas não viram. É um pouco que nem a queda das Torres Gêmeas... Todo mundo viu a destruição, né? São imagens que ficaram emblemáticas. Mas ninguém viu como as decisões foram articuladas dentro dos gabinetes, por meio das ligações do poder, dos telefonemas e dos WhatsApps — ressalta Julia Duaibili. — O grande feito está em trazer o que se esconde por trás desse dia histórico.

Depoimentos inéditos

Além do vasto material imagético — que inclui também sequências, até hoje não exibidas publicamente, dos ataques empreendidos em Brasília —, a produção conduzida por Julia Duailibi traz depoimentos exclusivos de figuras que precisaram tomar medidas decisivas naquele domingo.

Julia Duailibi entrevista Alexandre de Moraes, em cena do documentário '8/1 — A democracia resiste' — Foto: Henrique Picarelli/TV Globo/Divulgação
Julia Duailibi entrevista Alexandre de Moraes, em cena do documentário '8/1 — A democracia resiste' — Foto: Henrique Picarelli/TV Globo/Divulgação

É o caso do próprio Lula, que repassa, tintim por tintim, diante da repórter, a escalada dos acontecimentos e de suas ações e reações ao longo do dia. Também surgem na tela autoridades como os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, do STF; José Múcio Monteiro, da Defesa; Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social; e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais. A produção conversou igualmente com nomes como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, além de militares, que não autorizaram a gravação de entrevista. A narrativa é costurada por todas essas falas, que criam um panorama bem detalhado daquela data à medida que vão se complementando.

— Acho fundamental ter isso registrado, porque daqui a pouco o poder muda e não se tem mais o registro histórico. Então é importante fazê-lo. Essas pessoas vão passar, e o acontecimento histórico fica — frisa Julia. —Esse é o papel do documentário: conseguir, com distanciamento, registrar um pouco mais a frio aquele episódio. Se formos pensar na perspectiva histórica maior, ainda estamos fazendo isso muito a quente. Mas um ano já se passou, e temos a capacidade agora de olhar para essa data com um fôlego maior.

Apresentadora e comentarista de programas na Globonews, Julia Duailibi já havia realizado o mesmo movimento há um ano, quando dirigiu “Visita, presidente” (2022), documentário — também produzido pela Globonews — que destrincha, em detalhes, os 580 dias em que Lula esteve preso na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba,em 2018.

— São filmes que realmente dialogam, em termos de estrutura. Ambos têm o objetivo de mostrar como foram determinados processos decisórios entre quatro paredes — analisa a jornalista, que lembra exatamente onde estava, em 8 de janeiro, ao saber dos ataques na capital do país.

De folga naquele dia, ela rapidamente terminou um almoço na rua para entrar no ar, num longuíssimo plantão — pela noite e pela madrugada adentro — no canal de notícias. Um ano depois, o trabalho não cessa.

— É interessante ver como a apuração sobre um mesmo fato vai mudando. Ao vivo, no calor do momento, a pergunta era: “o que está acontecendo?” Meses depois, a questão vira: “por que foi desse jeito?” — destaca a jornalista. — É assim que novas reflexões vão se juntando a elementos de registro histórico.

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