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Por — Rio de Janeiro

Jackson Antunes vai logo avisando, para início de conversa, que se esforçou, e muito, ao cavar um espaço na nova versão da novela “Renascer”, da TV Globo:

— Quando o autor nem sabia que ia realizar este remake, eu já tinha ciência disso e já estava falando com ele que queria fazer — graceja o ator de 63 anos. — Que eu interpretasse um matador só com duas falas! Não importava. Tinha que entrar neste trabalho.

Em 1993, na exibição original do folhetim de Benedito Ruy Barbosa (agora adaptada por Bruno Luperi, neto do autor), Jackson Antunes plantou e colheu sementes frutíferas. Há três décadas, o mineiro nascido e criado em Janaúba atuava como pintor-letrista, em Belo Horizonte, quando recebeu um convite do diretor Luiz Fernando Carvalho para integrar o elenco da primeira versão novela.

Os dois haviam se conhecido oito anos antes, por acaso — na ocasião, Luiz Fernando trabalhava como assistente de direção da minissérie “Grande sertão: veredas” (1985), de Walter Avancini, e assistira a Jackson declamar poemas de Patativa do Assaré num teatro na pequena cidade natal do ator, onde se desenrolavam as gravações da obra. Deu match.

— Luiz Fernando gostou do meu jeitão. Disse que eu tinha brasilidade — rememora o ator, que, nesse período, também trabalhava em plantações de algodão. — Quando cheguei para fazer “Renascer”, tinha calo nas mãos. Eu era um homem da roça. Sempre fui.

Jackson Antunes como Damião na primeira versão de "Renascer" — Foto: Jorge Baumann/Globo
Jackson Antunes como Damião na primeira versão de "Renascer" — Foto: Jorge Baumann/Globo

Símbolo sexual

Pois bem, dali em diante, a vida sofreu uma baita reviravolta. O personagem Damião, jagunço que o ator interpretou em 1993 — sua estreia na televisão —, permaneceria por pouquíssimos capítulos na história. Mas o sucesso foi tanto que o autor decidiu mudar os rumos da trama.

E Jackson, que até então se equilibrava numa sorte de empregos (como cobrador de ônibus, padeiro, abridor de cancelas em fazendas, engraxate, carregador de mala em rodoviária...), foi alçado de repente ao posto de sex symbol nacional.

O artista lembra bem da vez em que entrou numa unidade da extinta loja Mesbla, na capital mineira, para comprar halteres e anilhas, por orientação do colega Marcos Palmeira (“Ele ficava me dizendo que eu tinha que levantar pesinhos, para ganhar corpo, já que ia fazer par romântico com Patrícia Pillar”, recorda-se). Quando saiu da loja, uma multidão o aguardava, aos berros. Foi preciso contatar o Corpo de Bombeiros para que ele conseguisse deixar o local em segurança.

— Foi quando falei: “Meu Deus, que veículo importante é a TV ”. Mas minhas raízes no sertão me colocaram com o pé no chão. Se houvesse algum tipo de vaidade, a realidade se colocava à frente. Eu era só um porta-voz para a escrita de um autor, e sabia disso — frisa ele, que deixou a casa dos pais, aos 10 anos, ao ingressar numa trupe de circo. — Na televisão, vi que teria a oportunidade ideal para falar de meu lugar, da poesia popular, da viola... Embarcaria nisso sem levar tropicão.

De Damião a Deocleciano

A partir de segunda-feira (5), com o início da segunda fase de “Renascer”, ele retorna à trama rural, desta vez no papel de Deocleciano (cuja versão mais jovem foi interpretada pelo ator Adanilo). O personagem é o braço direito do protagonista José Inocêncio (Marcos Palmeira, que substituirá Humberto Carrão) e foi defendido, há 30 anos, por Leonardo Brício e Roberto Bonfim. Aliás, Jackson e Marcos Palmeira são os únicos atores que estiveram no folhetim em 1993 e que agora voltam à narrativa.

— Essa novela traz o tempo e a respiração que a vida apressada nos tirou — enaltece Jackson, que mantém em paralelo uma carreira como cantor e violeiro pelos rincões do país. — É a vida que me encaminha para a roça. E seguirei nela. Interior é coração, profundidade, é onde temos tempo de pensar e repensar. Não há sinal para atravessar a rua! Pode até haver um carro de boi, um burro ou uma charrete, mas nada que vá te atropelar. Acho que é hora de voltar a pensar para dentro. Olhemos para nossas raízes.

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