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Eduardo Sterblitch admite que não sabe o que faria se tivesse uma arma na mão, há três semanas, quando foi assaltado em São Paulo.

— Eu estava entrando no hotel, o cara passou de bicicleta e levou meu celular. Nunca usei violência, mas fico pensando que, se eu tivesse um revólver ali, teria sacado, atirado pra cima, olha que loucura — reflete o ator que, a partir de hoje, e todas as quintas-feiras logo após “Renascer”, surge na tela da TV Globo com um personagem denso, o miliciano (e ex-policial) Sérgio, da série “Os outros’’, a mais vista do Globoplay no ano passado.

Escrita por Lucas Paraizo e dirigida por Luisa Lima, a história mostra várias situações-limite vividas em um condomínio fechado da Zona Oeste carioca. É um ambiente que costuma passar a sensação de segurança e onde Cibele (Adriana Esteves) almeja ter uma vida tranquila com a família. Até que vê seu filho adolescente Marcinho (Antonio Haddad) ser agredido por outro jovem morador, Rogério (Paulo Mendes). Seu sonho de felicidade é ameaçado pelos vizinhos. Incapazes de lidar com o episódio de modo civilizado, as famílias protagonizam uma sucessão de atos violentos, a ponto de Cibele concluir que deve comprar uma arma para o caso de última necessidade.

— Cibele é uma mulher que, na busca por uma vida de segurança e de paz, encontrou o oposto. Deparou-se com a violência e a intolerância. A dos outros e a dela também. Acho que a série faz a gente discutir valores, os nossos e os alheios. É um espelho pra gente se olhar— destaca Adriana, impressionada com a repercussão de “Os outros’’ no streaming. — Faço novela há muitos anos. Você sai na rua e, no dia da estreia, todo mundo comenta. Vi isso acontecer com esse trabalho também.

Nessa história que retrata a vida de uma sociedade eticamente fragilizada, de nada adianta chamar o síndico, como na famosa canção de Jorge Ben. No caso, a síndica, Lúcia (Drica Moraes).

— Acho que “Os outros’’ impacta tanto por tratar de um tema que é recorrente: o mundo perdendo as fronteiras entre o que é correto e o que não é. Lúcia usa seus micropoderes para tirar o marido da cadeia — resume Drica, referindo-se a Jorge (Guilherme Fontes), preso por corrupção.

Liberado com tornozeleira eletrônica, o empreiteiro e a amada protagonizam um reencontro com direito a uma boa noite de sexo. À época da exibição no Globoplay, a cena chamou a atenção dos espectadores, aparentemente embasbacados ao verem figuras mais maduras ativas sexualmente.

— Fiquei espantada com essas reações — diz Drica, admitindo, aos risos, que não ocuparia a função de síndica na vida real. — Eu me envolvo nas reuniões de condomínio, mas não encararia essa parada.

É com Sérgio que Lúcia fecha um acordo que pode lhe trazer benefícios. Ao mesmo tempo em que se mostra inescrupuloso ao extremo e com uma frieza desmedida, o miliciano expõe alguma fragilidade quando o assunto é a filha adolescente Lorraine (Gi Fernandes).

— Temos tudo dentro da gente. Eu sou uma grande pessoa e um merda ao mesmo tempo. Como a gente lida com isso e faz a média disso tudo é que torna a gente um bom ser humano ou não. Me inspirei na capacidade das pessoas de irem até o limite de violência e de medo delas. Todo mundo é dúbio. Acho que o público gostou porque vê outras pessoas nesses personagens — analisa Sterblitch, que segunda-feira estreia como um dos novos apresentadores do “Papo de segunda’’, do GNT. — Só no Globoplay, essa série já me deu mais resultado popular do que muitos programas que fiz na TV aberta.

Adriana Esteves conta que, como toda mãe, não ficou isenta de viver dilemas na criação dos filhos.

— Aconteceu durante a minha vida inteira, não só no período escolar dos meninos como na relação deles com a vizinhança. Mas me lembro também da minha criação. A minha mãe se preocupava com quem eu e minha irmã nos relacionávamos, quem eram os pais dos nossos amigos. Os nossos encontros não eram tão espontâneos, e hoje em dia todo mundo fica meio com o pé atrás também. Quem são as pessoas próximas de nós, quem são nossos vizinhos? — reflete ela, mãe de Felipe, de 24 anos, e de Vicente, de 17 (ela tem ainda a enteada Agnes, filha de Vladimir Brichta).

As atitudes extremadas de Cibele na série não foram vistas na sala de casa com todo mundo reunido.

— Em casa a gente não é artista, não tem essa solenidade de todo mundo sentar pra ver o trabalho do outro. Nossa vida íntima é tão intensa que nossos personagens ficam pequenos — justifica ela, que só tem aberto exceção para “Renascer’’, que tem Brichta em um dos papéis principais.

Intérprete de um dos jovens envolvidos na briga que desencadeia a história, Paulo Mendes, de 19 anos, foi uma das revelações da produção. Até então, o ator atuava no teatro e fazia dublagens.

— Foi meu primeiro trabalho para a TV. Ao mesmo tempo que era difícil, foi muito bom me ver atuando com aquelas pessoas que eu admiro — diz ele.

Pouco tempo depois, o ator mostrou sua versatilidade ao viver um bondoso noviço na novela “Amor perfeito’’:

— Gosto de ver que está dando certo. A primeira vez que aconteceu de virem pedir para tirar foto, perguntei: “É comigo mesmo?”

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