Cultura

YouTube proíbe Monark de ganhar dinheiro com vídeos: 'Estou sofrendo perseguição política'

Vídeos antigos do ex-apresentador do podcast Flow, que defendeu criação de partido nazista, não podem mais ser monetizados
O influenciador digital e podcaster Monark Foto: Divulgação
O influenciador digital e podcaster Monark Foto: Divulgação

O YouTube baniu o influenciador digital Monark de produzir conteúdo e criar novos canais para fins de monetização. Ou seja, o ex-apresentador do Flow Podcast, investigado por defender a criação de um partido nazista, não poderá mais ganhar dinheiro com vídeos (antigos ou novos) publicados na plataforma.

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"Responsabilidade é prioridade máxima para o YouTube, é muito importante que os criadores de conteúdo usem sua influência com responsabilidade — dentro e fora da nossa plataforma", comunicaram representantes do YouTube a Monark, por meio de um e-mail.

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Os vídeos antigos publicados pelo paulista de 31 anos permanecerão no ar, mas deixam de gerar renda. Se a plataforma detectar que Monark utilizou o nome de outra pessoa física ou jurídica para burlar a restrição, todo o conteúdo que o podcaster já publicou antes será descartado do YouTube.

'Preciso de ajuda', diz Monark

A situação foi exposta pelo próprio Monark por meio do Twitter. O influenciador digital reproduziu, em sua conta no microblog, parte de um e-mail que recebeu nesta madrugada. Ele afirma que "está sofrendo perseguição política".

"Eles (YouTube) me proibiram de criar um novo canal para poder continuar minha vida, pessoas poderosas querem me destruir. Liberdade de expressão morreu", reclamou Monark, em post no Twitter.

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Num vídeo publicado também no Twitter, nesta sexta-feira (18), Monark voltou a comentar o assunto. "Não posso mais criar ou monetizar canais no YouTube por causa dos meus comentários, que foram infelizes, sim, mas de maneira alguma foram mal intencionados e de maneira alguma defenderam qualquer ideologia extremista", defendeu-se, no post.

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No mesmo vídeo, Monark reclama das retaliações contra ele. "Sofri as consequências. Perdi o Flow. Saí da empresa, do meu programa. Pedi desculpas várias vezes. Mas não acabam as retaliações. Parece que pessoas muito poderosas querem me destruir completamente. E eu preciso da ajuda de vocês, porque isso não é justo. Errar, eu errei. Mas as consequências estão fora de proporção. Estão literalmente tentando acabar e aniquilar com a minha vida. É isso que é justo?", questionou.

YouTube se posiciona

Ao GLOBO, o YouTube frisou que tomou a decisão com base nas Políticas de Monetização de Canais e no Código de Responsabilidade dos Criadores, documentos que devem ter o acordo de qualquer usuário que crie uma conta na plataforma.

As regras estabalecem que "não é permitido comportamento ofensivo que coloque em risco a segurança e o bem-estar da comunidade do YouTube, formada por espectadores, criadores e anunciantes". E determina que "a violação dessas políticas pode fazer com que o canal seja suspenso do Programa de Parcerias do YouTube e, consequentemente, ser desmonetizado".

"Dessa forma, os canais Flow Podcast e Monark foram suspensos do Programa de Parcerias", esclarece o YouTube. "Qualquer tentativa de burlar essa restrição, seja com a criação de um novo canal para ser monetizado ou utilizando canais de terceiros para fins de monetização, é considerada uma violação aos Termos de Uso do YouTube e pode resultar em um encerramento definitivo da conta".

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A empresa reforça que, no caso de suspensão do Programa de Parcerias, como o que aconteceu com Monark, o usuário ainda pode produzir conteúdo e subi-lo em seu canal, bem como criar novos canais. Esse conteúdo, no entanto, não poderá ser monetizado e os novos canais não poderão fazer parte do Programa de Parcerias.

"O usuário que for suspenso do Programa de Parcerias do YouTube poderá solicitar nova inclusão para voltar a ter acesso a todas as ferramentas de monetização e o pedido será analisado pela plataforma", acrescenta a empresa.

Relembre caso

O programa Flow Podcast entrou no centro da controvérsia, na última semana, depois que seu apresentador, Bruno Aiub, o Monark, defendeu que um partido nazista possa ser reconhecido por lei no país, o que contraria princípios constitucionais. Em vídeo publicado em suas redes sociais, o youtuber afirmou que "estava muito bêbado" e que se expressou de forma "insensível" com a comunidade judaica.

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Na ocasião, Monark afirmou que "o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido" durante debate com os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB), que criticou o posicionamento do apresentador. A discussão surgiu quando Tabata disse que tanto governos extremistas de direita quanto de esquerda devem ser condenados com a mesma veemência.