ISMAÍLIA, EGITO — O navio porta-contêineres Ever Given, que
bloqueou o Canal de Suez por quase uma semana
em março, será liberado em 7 de julho, após um acordo entre as autoridades e os proprietários do navio, disse a Autoridade do Canal neste domingo.
Uma cerimônia para a assinatura do acordo encerrando a disputa sobre o Ever Given, de 400 metros de comprimento, será realizada na quarta-feira, e o navio terá permissão para partir, afirmou a assessoria de imprensa da Autoridade do Canal de Suez por telefone à Bloomberg.
O Canal de Suez teve uma receita de US$ 3 bilhões nos primeiros seis meses de 2021, aumento de 8,8% sobre igual período do ano anterior, disse Osama Rabie, presidente da autoridade do canal neste domingo.
Um rebocador com capacidade para puxar embarcações com até 75 toneladas será entregue à autoridade do canal como parte do acordo assinado para a liberação do navio Ever Given.
Um representante dos proprietários e seguradoras do navio porta-contêineres já havia adiantado que um acordo foi firmado e que os preparativos para a partida da embarcação estavam sendo feitos.
"Os preparativos para a liberação da embarcação serão feitos e um evento marcando o acordo será realizado na sede da Autoridade em Ismailia no devido tempo", disse Faz Peermohamed da Stann Marine, que representa o proprietário Shoei Kisen e suas seguradoras, em um comunicado .
A Autoridade do Canal de Suez
manteve o navio gigante
e sua tripulação em um lago entre dois trechos da hidrovia desde que foi desalojado em 29 de março, em meio a uma disputa sobre um pedido de indenização por parte da Autoridade.
O Ever Given, de propriedade japonesa, permaneceu preso ao longo do canal por seis dias, interrompendo o comércio global.
No início do domingo, um tribunal egípcio adiou as audiências na disputa de compensação para 11 de julho para permitir que o canal e o proprietário do navio finalizem um acordo, disseram fontes judiciais e um advogado.
A Shoei Kisen e suas seguradoras disseram no mês passado que chegaram a um acordo de princípio com a Autoridade do Canal de Suez.
A responsável pelo Canal chegou a exigir US$ 916 milhões em compensação para cobrir esforços de salvamento, danos à reputação e perda de receita, mas o pedido foi reduzido para US$ 550 milhões.
Shoei Kisen e as seguradoras do navio contestaram a reclamação e a detenção do navio sob uma ordem judicial egípcia.