Economia

Economista Carlos Kawall deixa gestora da família Safra e vai se dedicar aos vinhos

Ele informou que vai tirar período sabático para se dedicar a seus negócios na área vinícola. Nome dele virou alvo de especulação sobre eventual volta ao setor público
O economista Carlos Kawall deixou a Asa Investments Foto: Leonardo Rodrigues
O economista Carlos Kawall deixou a Asa Investments Foto: Leonardo Rodrigues

SÃO PAULO — O economista Carlos Kawall, diretor e chefe de Macroeconomia da Asa Investments, deixou a função na última sexta-feira, depois de dois anos no cargo.

Numa mensagem de texto divulgada por ele, Kawall indicou que vai desfrutar de um período sabático, durante o qual pretende se dedicar à produção de vinhos, uma de suas paixões. Ele a mulher, Priscila, já produzem os vinhos Gomez Kawall no Valle de Uco, em Mendoza, na Argentina.

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Ainda não foi indicado o substituto para o cargo. A informação foi revelada pela agência de notícias Bloomberg.

A Asa foi criada em 2019 por Alberto Safra, um dos quatro filhos do banqueiro Joseph Safra, que faleceu em dezembro de 2020.

Alberto Safra fundou a gestora após deixar o banco da família por desentendimentos com os irmãos sobre os rumos da instituição.

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Kawall havia trabalhado por nove anos como economista-chefe do Safra e, antes disso, também esteve à frente da área econômica do Citibank no Brasil por oito anos.

Em seguida, foi nomeado diretor financeiro e de Mercado de Capitais do BNDES em 2004, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda no governo do petista, Kawall foi secretário do Tesouro Nacional do Brasil durante um curto período de tempo, entre abril e dezembro de 2006.

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Nome de Kawall entrou nas especulações sobre equipe de Lula

Gestores do mercado financeiro levantaram a possibilidade de que a saída de Kawall estaria ligada a uma possível ida dele para a equipe de Lula, que vai disputar a Presidência da República em busca de um terceiro mandato nas eleições deste ano.

O mercado financeiro vem especulando nomes que poderiam ocupar a cadeira de ministro da Economia num eventual governo petista, com a missão de acalmar os investidores. Mas, por enquanto, o próprio ex-presidente tem centralizado as discussões econômicas.

No comunicado divuilgado por Kawall, ele enfatiza que seu afastamento dará início a um período sabático para se dedicar ao seu negócios na área de vinhos.

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Durante o evento Expert XP, no ano passado, o economista fez críticas ao governo Jair Bolsonaro por conta do desequilíbrio fiscal. Ele disse que a situação de aperto financeiro do país poderia levar a um crescimento baixo este ano.

— Não há muito o que fazer quando se tem sinais do governo de que se quer fazer puxadinhos no teto de gastos. A equipe da dívida faz o melhor que pode, mas se a discussão da eleição presidencial for na linha de erosão da questão fiscal e do fim do teto de gastos, aí a gente vai ter uma situação muito negativa - disse à época.

Procurada, a Asa Investments não fez comentários sobre o assunto.