DUBLIN E LONDRES - Depois que os países do G7 fecharam um acordo para impor uma uma alíquota global mínima de pelo menos 15% para que os governos taxem as empresas multinacionais, em especial as gigantes de tecnologia — o que poderia representar um problema para a Irlanda, que pratica uma política fiscal mais amena —, o ministro das finanças irlandês, Paschal Donohoe, disse que continua confiante de que a economia do país continuará a atrair investimentos e empregos multinacionais.
— Isso [o acordo do G7 tem consequências para o futuro da política tributária corporativa em todo o mundo, mas, no processo que está por vir, defenderei o papel da concorrência fiscal legítima — disse ele a jornalistas em Londres, acrescentando que vem conversando "de forma construtiva” com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a com secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, sobre o tema.
Numa rede social, Donohoe afirmou estar "ansioso para me envolver nas discussões na OCDE. Há 139 nações à mesa, e qualquer acordo terá que atender às necessidades de países pequenos e grandes, desenvolvidos e em desenvolvimento".
Sem dúvida, a Irlanda tem mais a perder com a decisão, devido à atratividade de sua taxa mais baixa de 12,5% para multinacionais estrangeiras.
Não por acaso, Donohoe lembrou o fato de que empresas como a Apple operam na Irlanda há décadas e estão entre seus maiores empregadores.
— O ambiente tributário que está se desenvolvendo no momento também está sendo avaliado pelas multinacionais. O motivo pelo qual estou muito otimista quanto ao futuro de nossa economia é duplo — disse Donohoe ao Irish Times.
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Ele frisou que as multinacionais estão "bem integradas em termos de infraestrutura física em nosso país" devido à longevidade de seus investimentos, e afirmou que, com o plano de defender a competição fiscal, a Irlanda permanecerá um destino previsível para empresas estrangeiras.
80% da arrecadação vêm de gigantes
Grandes multinacionais como Apple, Facebook e Google empregam diretamente cerca de um em cada oito de seus trabalhadores na Irlanda e respondem por mais de 80% das receitas de impostos corporativos que cresceram nos últimos anos.
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Donohoe reiterou que a arrecadação anual de impostos corporativos da Irlanda deve ser cerca de 20% ou € 2 bilhões menor em 2025, devido às mudanças previstas.
Ainda assim, o ministério irlandês projeta que a arrecadação ainda aumentaria gradualmente até aquele ano para € 12,5 bilhões (contra cerca de € 11,6 bilhões em 2021).