RIO - A varejista on-line americana Amazon informou nesta terça feira que o seu fundador, Jeff Bezos, vai deixar o comando direto da empresa.
Segundo homem mais rico do mundo, ele será substituído à frente da Amazon por Andy Jassy, executivo responsável pela area de computação em nuvem da empresa americana.
O novo líder: Saiba quem é Andy Jassy, o sucessor de Jeff Bezos à frente da Amazon
Bezos continuará na empresa, mas no papel de presidente-executivo do Conselho de Administração. A transição será concluída no terceiro trimestre de 2021, informou a companhia.
“A Amazon é o que é por causa da invenção. Nós fazemos coisas malucas juntos e depois as tornamos normal”, afirmou Bezos no comunicado divulgado nesta terça-feira pela companhia com os resultados do quarto trimestre de 2020.
Bezos, que ocupava a liderança do ranking de bilionários desde 2017, perdeu o posto para Elon Musk, diretor executivo da Tesla e da SpaceX, em janeiro. Em novembro de 2020, Musk já havia destronado o fundador da Microsoft, Bill Gates, e passou a ocupar o segundo lugar na lista dos mais ricos do mundo.
Para o alto: Amazon supera Boeing como maior empregadora da região de Seattle e compra sua primeira frota própria de aviões
Bezos, que fundou a empresa há 27 anos como uma livraria na internet, disse ainda que continuará participando das iniciativas importantes da Amazon, "mas também terei tempo e energia para focar em minhas outras paixões", afirmou. "Nunca tive tanta energia, e não se trata de aposentadoria".
Ele citou inovações nas quais a Amazon foi pioneira, como avaliações de clientes sobre produtos, 1-Click (compras em um clique), recomendações personalizadas, entrega insanamente rápida do Prime e loja Just Walk Out, que não precisa de caixas.
Também apontou inovações tecnológicas que se tornaram populares e alçaram a Amazon ao rol de gigantes da tecnologia global, como o leitor de livros Kindle e a assistente virtual Alexa.
'Faltam pessoas': Ministra de Portugal explica por que quer atrair brasileiros para interior do país
No texto, citou o próprio conceito de marketplace, uma tendência que se aprofunda no comércio eletrônico em todo o mundo.
“Se você faz bem, alguns anos depois de uma invenção surpreender, a coisa nova se torna normal”, afirmou Bezos.
“Pessoas bocejam. Esse bocejo é o maior elogio que um inventor pode receber. Quando você olha para nossos resultados financeiros, o que você realmente está vendo são os resultados acumulados no longo prazo da invenção. Neste momento, vejo a Amazon no seu estado mais criativo de sempre, tornando-se um momento ideal para esta transição”, afirmou o bilionário.
Na pandemia: Fortuna dos mais ricos salta 31%. Veja quem mais ganhou e quem mais perdeu
Bezos ainda teria uma grande vantagem sobre Musk se não fosse por seu divórcio, que o viu ceder cerca de um quarto de sua participação na Amazon para sua ex-mulher MacKenzie Scott e sua filantropia. Ele doou ações no valor de cerca de US$ 680 milhões em novembro.
Terceiro lucro recorde
O anúncio da saída de Bezos foi feito junto com a divulgação do resultado do quarto trimestre, o terceiro lucro recorde consecutivo e vendas trimestrais superiores a US$ 100 bilhões pela primeira vez.
As vendas cresceram 44%, atingindo US$ 125,56 bilhões, com os consumidores recorrendo à maior varejista do mundo para fazer as compras de Natal, superando as estimativas dos analistas de US$ 119,7 bi. No ano, as vendas foram de US$ 386 bilhões, alta de 38%.
Nos EUA : Amazon entra no mercado de farmácias on-line
No trimestre, o lucro líquido saltou 118%, a US$ 7,2 bilhões. No ano, a alta foi de 83%, a US$ 21,3 bilhões.
Desde o início da pandemia nos EUA, a Amazon ganhou mais força na entrega de produtos para o lar e de fornecimento de medicamentos. Enquanto milhares de lojas de rua fecharam as portas, a Amazon contratou mais de 400 mil trabalhadores.
Com seus depósitos abertos, a Amazon voltou a ter uma temporada de festas de fim de ano recorde, superando as estimativas de vendas on-line, vendas de assinaturas, venda de serviços terceirizados e outros em sua plataforma.
No Brasil: Amazon abre três centros de distribuição e cria 1.500 vagas
A Amazon Web Services (AWS), tradicionalmente um ponto de destaque, ficou ligeiramente abaixo do esperado. A divisão de computação na nuvem teve receita de US$ 12,7 bi.
Google: prejuízo de US$ 1,2 bi com computação
Enquanto a Amazon bate recordes, a Alphabet Inc., dona do Google, informou que seu negócio de computação em nuvem (Google Cloud) teve prejuízo operacional de US$ 1,2 bilhão no quarto trimestre, o que deve desapontar analistas de Wall Street.
A empresa, com sede em Mountain View, Califórnia, divulgou o número nesta terça-feira em um comunicado. Em 2020, a divisão de nuvem perdeu US $ 5,6 bilhões, disse a Alphabet.
“Um elemento importante de nosso prejuízo operacional é que temos construído nossa organização antes da receita, e isso inclui nosso portfólio de produtos, a rede de data centers”, disse Ruth Porat, diretora financeira da Alphabet e do Google, em uma entrevista à TV Bloomberg.
"Isso ajudará a empresa a buscar essa grande oportunidade de mercado, acrescentou ela. A receita do Google Cloud subiu 47% para US $ 3,8 bilhões no quarto trimestre, correspondendo às estimativas dos analistas, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.