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Economia

Mais dois nomes da equipe de Guedes podem pedir demissão. Saiba quais são

Carlos da Costa e Waldery Rodrigues, desgastados em episódios recentes, poderiam aumentar debandada
Secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, pode ser a próxima baixa, dizem fontes Foto: Marcos Oliveira / Agência O Globo
Secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, pode ser a próxima baixa, dizem fontes Foto: Marcos Oliveira / Agência O Globo

BRASÍLIA — A disputa dentro do governo pelo aumento de gastos públicos pode levar a mais baixas na equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, de acordo com fontes ligadas à área política do governo. Entre os secretários que podem deixar os cargos estão Waldery Rodrigues e Carlos da Costa, segundo essas fontes.

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A justificativa principal para a saída de Salim Mattar e Paulo Uebel , secretários de Guedes que pediram demissão nesta terça-feira, foi a dificuldade que os dois estavam enfrentando dentro do governo em tocar suas agendas. Mattar era responsável pelas privatizações e Uebel cuidava da reforma administrativa.

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A pressão por aumento de gastos em obras públicas também ajudou a montar o cenário que levou à saída dos dois secretários do primeiro escalão do Ministério da Economia.

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Os pedidos por mais gastos em obras, furando o teto de gastos, são encabeçados pelos ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho ; da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; e por ministros militares.

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Essa pressão agora pode levar a mais mudanças na equipe econômica. Segundo fontes, o secretário de Fazenda, Waldery Rodrigues, está na mira de integrantes do governo e pode deixar o cargo.

Rodrigues ficou desgastado principalmente depois das negociações para o Fundeb (fundo que financia a educação básica), em que o governo acabou aceitando gastar mais que o que pretendia. Ele é o responsável pela área fiscal do ministério e, por isso, é alvo constante de reclamações dentro do governo.

Outro secretário de Guedes em situação delicada no governo é o de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa. Ele está desgastado no próprio ministério, o que se intensificou com uma declaração recente dele antecipando que o governo pretendia prorrogar o auxílio emergencial , o que foi negado pela pasta à época.

Depois, a prorrogação acabou se confirmando.

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No caso de Costa, o temor de Guedes é que a saída dele o obrigue a transformar a pasta em ministério para ter de entregar a algum partido do centrão. A secretaria de Costa assumiu as funções do antigo Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

Procurado, o Ministério da Economia negou as mudanças na equipe. "O Ministério da Economia afirma que a informação não procede", diz a nota.