Economia

McDonald's, Renault, Shell: veja como as empresas estão saindo da Rússia

Multinacionais vendem ativos no país na esteira das sanções econômicas impostas em função da guerra na Ucrânia
Loja do McDonald's fechada em Moscou: boicote das empresas estrangeiras afeta dia a dia do cidadão russo Foto: REUTERS / REUTERS/17-03-2022
Loja do McDonald's fechada em Moscou: boicote das empresas estrangeiras afeta dia a dia do cidadão russo Foto: REUTERS / REUTERS/17-03-2022

MOSCOU — Empresas do Ocidente têm vendido seus ativos na Rússia para empresas locais ou mesmo o governo, na esteira das retaliações econômicas ao país, que desde fevereiro ocupa parte do território da Ucrânia.

Depois de uma primeira leva de anúncios informando a suspensão temporária das operações na Rússia, nos últimos dias um crescente número de multinacionais se desfez por completo e em definitivo de suas atividades no país.

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Nesta segunda-feira, o McDonalds e a Renault, dois gigantes de atuação mundial, anunciaram que vão deixar de operar na Rússia. A empresa de fast-food entrou no país logo após a queda do muro de Berlim, em 1990, e projeta perda de US$ 1,2 bilhão a US$ 1,4 bilhão .

Já a montadora francesa confirmou a venda de seus ativos na Rússia para órgãos governamentais locais .

Veja, abaixo, os caminhos que as grandes multinacionais estão encontrando para sair do mercado russo.

Shell

A gigante do setor de energia e petróleo anunciou, no último dia 12, que vai vender seu negócio de varejo e lubrificantes no país para a russa Lukoil. O acordo inclui 411 estações de varejo e a planta de mistura de lubrificantes Torzhok. A empresa, no entanto, não divulgou os valores referentes ao acordo.

Renault

A francesa anunciou nesta segunda-feira que vai vender sua participação majoritária na Avtovaz, a maior fabricante de carros da Rússia para um centro de pesquisas russo, o Instituto de Desenvolvimento Automotivo e Engenharia. A operação prevê, em contrato, uma opção de recompra da empresa em seis anos.

O governo russo já havia antecipado essa transferência da Avtovaz que, segundo a autoridade local, foi pelo valor simbólico de um rublo.

A montadora francesa também anunciou hoje que todas as suas ações na Renault Russia vão para a cidade de Moscou.

AB Inbev

A gigante do setor de bebidas e cervejas, dona no Brasil de marcas como Brahma e Antarctica afirmou, em 22 de abril, que vai vender sua participação na joint-venture local AB InBev Efes. A operação vai levar a uma perda contábil de US$ 1,1 bilhão no primeiro trimestre do ano. A joint-venture tem 11 cervejarias na Rússia e três na Ucrânia.

McDonald's

A cadeia de lanchonetes americana anunciou nesta segunda-feira que vai vender seus negócios na Rússia após mais de 30 anos operando no país. Mas manterá sob sua propridade a marca McDonald's, o que significa que o comprador terá que usar outro nome nos restaurantes.

Société Generale

O banco francês espera fechar a venda de sua unidade do Rosbank à russa Interros Capital "nas próximas semanas", segundo comunicado divulgado em 5 de maio. Com o acordo, anunciado no dia 11 de abril.

Schneider Electric

A multinacional francesa especializada em serviços para distribuição elétrica vai vender a operação na Rússia e em Belarus para administradores locais, de acordo com carta de intenções divulgada em 27 de abril. É esperado que a empresa amortize 300 milhões de euros de valor contábil e reconheça uma perda não monetária de 120 milhões de euros.

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Kinross

A mineradora canadense, uma das dez maiores do mundo, vai vender seus ativos russos para a o grupo de empresas Highland Gold Mining por US$ 680 milhões em dinheiro vivo. A ação foi anunciada em comunicado de 5 de abril, cerca de um mês depois de anunciar a suspensão das operações no país.