Economia

Petrobras eleva previsão de pagamento a diretores. Com salários e bônus, cada um pode ganhar até R$ 400 mil

Assembleia de acionistas aprovou aumento da provisão para remuneração global dos administradores para R$ 43,3 milhões entre abril de 2020 e março de 2021
Edifício sede da Petrobras, no Centro do Rio Foto: Sergio Moraes/16-10-2019 / REUTERS
Edifício sede da Petrobras, no Centro do Rio Foto: Sergio Moraes/16-10-2019 / REUTERS

RIO -  A Petrobras aumentou a previsão de remuneração de seus principais executivos.  Os  salários mensais somados ao bônus (remuneração variável), que será pago no fim deste ano,  de cada um dos nove diretores-executivos, incluindo o presidente da estatal, Roberto Castello Branco , poderão chegar a uma média de R$ 400 mil entre abril deste ano e março de 2021.

Na Assembleia Geral Ordinária (AGO) da companhia, realizada na última quarta-feira, os acionistas aprovaram a fixação da remuneração para os administradores da companhia em até R$ 43,3 milhões para o período. No período anterior de 12 meses, o valor provisionado foi de R$ 32,4 bilhões.

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Considerando que a Petrobras tem nove diretores-executivos, em média cada um poderia ganhar até R$  4,8 milhões por ano, que equivaleria a  R$ 400 mil por mês, se todos ganhassem o mesmo salário. Mas essa é apenas uma média dos valores que os executivos poderão ganhar no ano, considerando o bônus (remuneração variável) que será pago somente no fim do ano.

A decisão foi tomada em meio ao plano de corte de custos da Petrobras para enfrentar a crise do coronavírus. Em abril, a companhia chegou a anunciar a redução em 25% de salários e carga horária de 21 mil empregados .

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A Petrobras informou que não foi alterada a remuneração fixa da diretoria , que não é reajustada desde 2016.

O aumento dos valores provisionados para o pagamento dos administradores se deveu ao aumento da remuneração variável, que é um bônus (o chamado Prêmio por Performance - PPP). Esse bônus é calculado com base nos resultados financeiros de 2019, quando a Petrobras teve um lucro líquido de R$ 40 bilhões, o maior de sua história.

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Também contribuiu para o aumento do valor da remuneração variável referente a 2019 que os diretores vão receber o fato de ter sido criado, no ano passado, um novo cargo na cúpula da Petrobras, o de diretor de Transformação Digital e Inovação.

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A cadeira atualmente é ocupada por Nicolás Simone. Assim, os vencimentos desse novo cargo foram incluídos na conta,  e o número total de diretorias aumentou de sete para oito.

Ainda influenciou a cifra o pagamento da segunda parcela da remuneração variável referente ao exercício de 2018 — que os administradores recebem de forma parcelada nos anos subsequentes — e seus respectivos encargos.

Segundo a Petrobras, o montante global para a remuneração da companhia (R$ 43,3 milhões) é um valor provisionado, calculado com base no cenário que demandaria o desembolso mais alto possível. Portanto não significa que será pago este valor integral.

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A empresa justificou o aumento da remuneração variável dos seus principais executivos como uma forma de alinhá-la “aos resultados da companhia e aos desempenhos individuais”. E acrescentou que essa medida está relacionada “ao novo foco da Petrobras de valorizar a meritocracia e maximizar os resultados”.

Segundo a Petrobras, tanto o modelo de remuneração global quanto o de remuneração variável são orientados e aprovados pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), ligada ao Ministério da Economia.

Novos conselheiros

Outra decisão tomada na assembleia de acionistas de quarta-feira, foi a ampliação do Conselho de Administração da Petrobras de dez para 11 cadeiras, com a eleição de cinco novos membros.

O estatuto social da Petrobras estabelece que o colegiado, responsável pelas decisões estratégicas da empresa, deve ter no mínimo sete e no máximo 11 conselheiros.

O almirante Eduardo Barcellar Ferreira foi reconduzido ao cargo de presidente do colegiado. Ele cumprirá novo mandato de dois anos, como propôs o governo federal, acionista majoritário da Petrobras.

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A renovação do conselho foi de cinco cadeiras no total. Entram Omar Carneiro da Cunha, ex-presidente da Shell; Paulo César de Souza da Silva, ex-presidente da Embraer;  e o executivo  Leonardo Pietro Antonelli, todos indicados pela União.

Também assume uma cadeira Rosangela Buzanelli Torres, indicada pelos empregados da companhia. Rodrigo de Mesquita Pereira foi indicado para representar os acionistas minoritários de ações preferenciais.

Foram reconduzidos como representantes da União Cox Neto, Ruy Flaks Schneider, Nivio Zivian e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

Marcelo Mesquita teve seu mandato renovado como representante dos acionistas minoritários detentores de ações ordinárias.