RIO - A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou nesta terça-feira o lançamento de seus primeiros caminhões elétricos no Brasil. Os veículos já estão sendo produzidos na unidade de Resende, no Estado do Rio de Janeiro. O projeto, que marca a estreia da marca no segmento em todo o mundo, consumiu investimentos de R$ 150 milhões em pesquisa, desenvolvimento e ampliação em sua unidade fabril.
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Serão dois modelos 100% elétricos, um com 11 toneladas de peso bruto total e outro com 14 toneladas. A meta da empresa é reduzir em 30% a emissão de gás carbônico na produção de Resende até 2025.
A empresa disse que os veículos têm uma autonomia de 250 quilômetros. As 150 concessionárias da marca vão vender os modelos.
Segundo Roberto Cortes, presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, os novos modelos elétricos poderão ter preço até três vezes maior que as versões a diesel a depender da cotação do câmbio. Porém, o executivo disse que os custos são pagos em até cinco anos por conta da maior eficiência energética.
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— O futuro chegou. Mais do que vender produtos ou soluções em serviços, nosso propósito é unir o transporte de pessoas e bens ao uso de energias cada vez mais renováveis e limpas — disse Cortes.
Na apresentação, os executivos da montadora informaram que, em um trajeto de 45 mil quilômetros, houve redução de 34 mil toneladas de gás carbônico e redução de 60% do custo energético.
Encomendas de 58 empresas
Segundo Cortes, há um baixo custo operacional, já que o sistema de freio consegue gerar energia para a própria bateria, por exemplo.
Os novos modelos contam com uma rede de parceiros para permitir o desenvolvimento dos caminhões elétricos Brasil afora.
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Para isso, a Volks selou acordos com companhias como Weg, de motores elétricos, Bosch, de sistema de automação, Siemens e ABB, ambas para permitir o sistema de carregamento, entre outras.
A Moura, de baterias, está investindo em uma unidade em Recife, para atender a demanda da Volks. A GD Solar também terá uma solução para geração e tramissão de energia a partir de sol para prover energia limpa a todo o processo, destacou Cortes.
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Os novos modelos já contam com uma série de acordos comerciais. A cervejaria Ambev, dona das marcas Brahma, Skol e Antarctica, já fez acordo para comprar 1.600 veículos. A Coca-Cola Femsa encomendou outros 20 modelos, assim como a JBS, que já pediu para testar seu primeiro caminhão. Ao todo, são 58 empresas interessadas.
— É uma virada de página. É uma conquista histórica após 135 anos dos veículos a combustão. O Brasil vai protagonizar essa nova era da mobilidade.
A ideia da empresa é levar o modelo elétrico para outros países da América Latina. Nações da Europa também não estão descartadas.