Economia

Volkswagen cria centro de pesquisa no Brasil para estudar uso de etanol em carros elétricos e híbridos

Unidade atenderá mercados emergentes que, como o Brasil, terá transição mais lenta para carros elétricos
FILE PHOTO: The new electric Volkswagen model ID. 4 is shown during a media presentation in Zwickau, Germany, September 18, 2020. REUTERS/Matthias Rietschel/File Photo Foto: MATTHIAS RIETSCHEL / Reuters
FILE PHOTO: The new electric Volkswagen model ID. 4 is shown during a media presentation in Zwickau, Germany, September 18, 2020. REUTERS/Matthias Rietschel/File Photo Foto: MATTHIAS RIETSCHEL / Reuters

RIO - Ao mesmo tempo que enfrenta este problema da falta de matéria-prima , a Volkswagen anunciou hoje que vai criar no Brasil um centro de pesquisa e de desenvolvimento de motores que usem etanol e outros biocombustíveis em veículos elétricos e híbridos.

O centro será voltado para mercados emergentes e atenderá toda a América Latina, sendo independente de outras unidades do grupo alemão. A unidade é uma forma de tentar contornar outro problema que o setor enfrenta: o atraso do Brasil na corrida pelos carros elétricos.

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A Volkswagen foi a primeira fabricante de automóveis a aderir ao Acordo de Paris e pretende se tornar neutra em termos climáticos até 2050. Na Europa, a produção de veículos por combustão deve encerrar entre 2033 e 2035. Depois, China e Estados Unidos devem dar adeus ao modelo.

No Brasil e em países emergentes, porém, isso só deve ocorrer muito depois, o que justifica instalar no país um centro de estudos com base no etanol como fonte de recarga das baterias de carros elétricos.

Entre os fatores que deixam o Brasil na lanterna desta corrida, a multinacional destaca a indisponibilidade de infraestrutura de carregamento, energia renovável e o nível de renda local.

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“É por isso que é necessário explorar opções alternativas aproveitando os recursos locais que já estão disponíveis hoje. O uso de biocombustíveis é uma estratégia complementar para ajudar a indústria em mercados emergentes a neutralizar as emissões de carbono”, diz a empresa.

De acordo a Volks, um estudo da World Wildlife Fund (WWF) diz que no Brasil, atualmente, apenas 1,2% do território brasileiro é utilizado para o cultivo de cana-de-açúcar, com 0,8% para produção de etanol (cana e milho).

Quase 92% da produção de cana-de-açúcar é colhida no Centro-Sul do Brasil, e os 8% restantes são cultivados na região Nordeste.

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"Poder liderar, desenvolver e exportar soluções tecnológicas a partir do uso da energia limpa dos biocombustíveis se caracteriza como uma estratégia complementar às motorizações elétrica, híbrida e à combustão a mercados emergentes é um reconhecimento enorme para a operação na América Latina”, explica Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen América Latina.

Segundo ele, os estudos serão realizados em parceria com governo, universidades e a agroindústria brasileira.