Alvaro Gribel
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Alvaro Gribel

Membro da equipe desde janeiro de 2008. Repórter e interino da coluna, escreve diretamente de São Paulo, centro financeiro e econômico do país.

Por Alvaro Gribel

A queda de 0,1% da produção industrial de novembro, divulgada hoje pelo IBGE, reforça as projeções de que Bolsonaro entregou a Lula uma economia estagnada. Logo após o instituto divulgar o dado, o banco Santander e a XP Investimentos mantiveram a projeção de queda de 0,1% no PIB do quarto trimestre. Enquanto o Itaú estima em -0,2% e há outras instituições prevendo números fracos.

Nos últimos seis meses, a indústria recuou quatro vezes e em novembro ainda estava 2,2% menor do que em fevereiro de 2020, ou seja, o período pré-pandemia.

A alta de 3% esperada para o PIB de 2022 deixa a falsa impressão de que a economia está aquecida. Na verdade, o crescimento maior aconteceu no primeiro semestre, quando houve alta de 1,3% no primeiro tri, seguida de 1% no segundo. Já no terceiro, desacelerou para 0,4%, e agora há essa expectativa de leve recuo ou estagnação.

O que vem provocando a desaceleração é a alta da taxa Selic promovida pelo Banco Central, que agora está chegando com mais intensidade à economia real. Isso tem afetado principalmente o consumo dos bens duráveis. Além disso, os estímulos econômicos dados por Bolsonaro se concentraram nos meses que antecederam as eleições e chegaram ao fim. Em resumo, há aperto monetário, de um lado, e fim de estímulos, de outro.

Olhando para frente, há risco de uma nova queda do PIB no primeiro trimestre, o que colocaria a economia em recessão, logo no início do governo Lula. Por isso, é importante que o atual governo remova incertezas na condução da política econômica, principalmente na área fiscal. Isso vai destravar investimentos no setor privado e permitir que o Banco Central comece a reduzir a taxa de juros.

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