Alvaro Gribel
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Alvaro Gribel

Membro da equipe desde janeiro de 2008. Repórter e interino da coluna, escreve diretamente de São Paulo, centro financeiro e econômico do país.

Por Alvaro Gribel

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) tem uma lista de serviços prestados ao país. Na CPI da Pandemia, só para citar um exemplo, foi um dos principais responsáveis por emparedar o governo Bolsonaro e forçar a compra de vacinas que salvaram a vida de milhares de brasileiros.

Ao falar de inflação, no entanto, o senador escorregou nesta quinta-feira. Em uma rede social, comparou os juros e a inflação brasileiros logo com a Turquia, o país que vem registrando uma das taxas mais elevadas do mundo, próximas de 100%.

"Deixa ver se eu entendi, esse comparativo mostra que o Brasil tem uma taxa de juros de 13,75% e inflação em 6,47%, enquanto o segundo colocado, Turquia, com juros de 9% tem inflação de 84,39%, e a turma "do mercado" não querer debater o tema? Qual a lógica disso?", disse o senador.

O problema, de fato, é de entendimento. Quando é assunto é inflação, a "ordem dos fatores altera o produto". Se a Turquia tem juros de 9% e inflação de 84%, significa que a política monetária por lá está frouxa. Ou seja, faz todo sentido que a inflação esteja alta, porque os juros estão baixos. No caso do Brasil, os juros são altos e por isso a inflação está mais baixa. Randolfe ainda comparou o Brasil com a Rússia, África do Sul e Índia, três países que também têm inflação elevadas historicamente.

O Brasil passou por um salto inflacionário no governo Dilma Rousseff por conta de quedas artificiais dos juros pela então gestão Alexandre Tombini no Banco Central. Isso levou o país à recessão e atrapalhou a governabilidade da presidente nos anos seguintes.

Definitivamente, brigar com o Banco Central e com as taxas de juros não é o melhor caminho a ser defendido pelo presidente e suas lideranças.

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