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Empreendedoras criam máscaras de personagens para estimular adesão das crianças

Versões incluem elemento lúdico e ainda protegem os olhos. Demanda tem sido alta
Máscaras infantis da empreendedora Tainá Abreu Foto: Divulgação
Máscaras infantis da empreendedora Tainá Abreu Foto: Divulgação

RIO – A obrigatoriedade ou indicação do uso de máscaras é uma realidade em cada vez mais cidades. A demanda pelas versões de tecido é alta e vem gerando oportunidades de renda para quem costura. Agora, duas empreendedoras encontraram um novo nicho: a produção de máscaras temáticas para estimular a adesão entre as crianças.

A carioca Tainá Abreu, 26, é uma delas. Ela concilia a carreira de advogada a uma pequena confecção, Tainá Abreu Ateliê, há cerca de três anos. No final de março, atendendo a pedidos, começou a produzir e vender máscaras de tecido estampadas.

Cerca de 1 mil encomendas foram atendidas até agora. Mas um novo item tem feito grande sucesso entre os clientes. Tainá desenvolveu um modelo temático e com proteção para os olhos para os pequenos.

A ideia veio de uma amiga, que é terapeuta ocupacional e lida diretamente com crianças.

– Ela me mandou uma foto que viu na internet e perguntou se eu fazia. Então eu peguei desenhos de personagens e criei meus próprios moldes – conta Tainá.

Os modelos são desenhados para cobrir todo o rosto. O tradicional formato que cobre nariz e boca é conectado a uma placa de acetato, que protege os olhos e dá base para a parte mais decorada do acessório.

O plano era lançar quatro ou cinco modelos diferentes. Mas, em apenas dois dias, a demanda já a levou a expandir o portfólio para 11.

– Cada hora alguém quer um personagem diferente. Como eu sou curiosa, acabo fazendo – admite a empreendedora. Ela também acredita que as máscaras, hoje necessárias, podem se tornar uma fantasia divertida depois que a pandemia acabar.

Cada unidade custa R$ 30 e é entregue por delivery ou via Correios. Por conta da demanda que já tinha com as máscaras comuns, Tainá hoje trabalha junto com duas costureiras e tem outra pessoa para receber os pedidos pela internet.

A popularidade também trouxe mais visibilidade aos itens que ela produzia antes da pandemia, como porta-talheres e bolsas de tecido:

– Hoje, 70% do meu foco está nas máscaras. Não sei como será após a pandemia, mas acredito que a demanda pelos outros itens vai continuar – prevê.

Praticidade e cuidado

A empreendedora Gisele Diaz, 36, é outra que aproveitou as habilidades com costura para produzir máscaras. Seu negócio, o Feltro Geek Ateliê, atendia principalmente encomendas para festas. Ela até resistiu à ideia de produzir os acessórios, mas acabou encontrando um caminho.

– Eu não queria fazer o que todo mundo já estava fazendo. Como nossa área já é geek, resolvi focar nela – conta a empreendedora, que há cerca de 15 dias recebe encomendas de máscaras comuns de tecido. Também foram as fotos e demandas na internet que a motivaram a criar o modelo para crianças.

No molde desenvolvido por ela, as máscaras podem ser montadas e desmontadas em três peças: boca, olhos e testa. Ela diz que um dos principais cuidados foi garantir que o acessório não dificulte a respiração nem seja difícil de higienizar.

– Não adianta fazer algo bonito e não proteger – ensina.

O modelo de gatinho é só o primeiro. Gisele também tem recebido pedidos e pretende lançar versões com outros temas e animais. Os preços variam entre R$ 20 e R$ 40 de acordo com a idade e o tamanho de quem vai usar – incluindo adultos.

Apenas um dia depois de anunciar o modelo na internet, ela diz que já recebeu 400 mensagens.

– Se continuar como está, vai suprir o que o ateliê fazia antes – afirma.

Iniciativa de utilidade pública liderada por Época Negócios, Extra, O Globo, PEGN e Valor Econômico, com apoio de Stone