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Pesquisa mostra que 27,4% das micro e pequenas empresas no Rio aderiram ao e-commerce

Segundo Sebrae, 35,9% delas precisaram se adaptar com novas estratégias de funcionamento
Lapa Shoes: Vendas dobraram no e-commerce, segundo a sócia Paula dos Passos Foto: Divulgação
Lapa Shoes: Vendas dobraram no e-commerce, segundo a sócia Paula dos Passos Foto: Divulgação

RIO — A pesquisa “Impacto do coronavírus nos pequenos negócios do Rio de Janeiro”, realizada pelo Sebrae Rio, entre os dias 30 de abril e 5 de maio, mostra que o percentual de negócios temporariamente interrompidos porque só conseguem funcionar presencialmente caiu de 62% para 53,9% do início de abril para o mesmo período de maio. Isso significa uma leve reação, seja porque os empresários reabriram ou encontraram outras formas de funcionar.

Ainda de acordo com a pesquisa, 35,9% das empresas precisaram se adaptar com novas estratégias de funcionamento, 5,3% não alteraram suas ações e 4,8% fecharam as portas. A pesquisa aponta que 88,9% das empresas perceberam queda no seu faturamento, sendo que apenas 1,3% registraram aumento no seu rendimento.

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Segundo a analista do Sebrae Rio, Simone Moura, as áreas mais afetadas nesse momento são as de serviço, como salões de beleza, turismo e eventos.

— Não temos detalhamento, mas como a maioria é MEI e da área de serviços, especialmente, de beleza, temos essa percepção. As empresas estão se adaptando, algumas esperando para reabrir e outras encontrando novos caminhos.

Migração para internet

Das micro e pequenas empresas no Rio que encontraram um novo caminho de trabalhar, 27,4% aderiram ao e-commerce e ampliaram sua atuação nas redes sociais como estratégia para impulsionar as vendas.

É o caso da empresária Paula Weyh dos Passos, sócia da fábrica e loja de sapatos veganos Lapa Shoes. Antes da pandemia, a empresa tinha um e-commerce inexpressivo, sendo que o forte estava na venda direta das lojas próprias, uma no Rio Grande do Sul e outra na Barra, além da venda para 15 lojistas. Com o fechamento das unidades, a solução foi apostar nos canais virtuais. Paula destaca que a agilidade foi fundamental para não perder o timming do negócio virtual.

— Em março, tivemos duas frentes atacadas. As lojas físicas e os clientes atacadistas que cancelaram pedidos. Entramos em pânico e tivemos que decidir rápido. Em 48 horas entendemos que o digital seria o único caminho viável.

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Uma das mudanças, segundo ela, foi pôr todos os produtos do estoque na fábrica e nas lojas on-line. Também, apostaram nas lives e interação com os clientes via on-line.

— Percebemos que só vender não bastaria na pandemia, que teríamos que ter outras ações para humanizar. Investimos na comunicação direta, explicando a situação, e criamos uma ação em que a cada par de sapatos vendidos, um prato de comida e bebida é doado para uma ONG — diz Paula que teve apoio do Sebrae na reestrutura da empresa na pandemia.

Com isso, afirma, conseguiram dobrar a venda no e-commerce. — Nosso desafio daqui para frente é entender como será. Ainda vai demorar para o cliente ir para rua. A ideia é conseguir trazer cada vez mais a experiência na entrega da loja para o digital.

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