Economia Coronavírus

Auxílio emergencial deve ser prorrogado, diz Maia; governo quer novo formato

Guedes defende valor próximo a R$ 200
Urgência. Fila em agência da Caixa em Bonsucesso, Zona Norte do Rio, para receber a segunda parcela do auxílio Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Urgência. Fila em agência da Caixa em Bonsucesso, Zona Norte do Rio, para receber a segunda parcela do auxílio Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

BRASÍLIA —  O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira que acha "muito difícil" que o auxílio emergencial para informais não seja prorrogado por mais três meses depois de junho. O valor de R$ 600 será discutido entre parlamentares e o Ministério da Economia.

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O governo também reconhece que o auxílio terá que ser prorrogado, mas o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior, disse que o programa terá novo formato.

— Acho muito difícil que não seja prorrogado. A gente sabe o custo. Eu tenho medo de redução do custo do auxílio emergencial, o que isso impacta na reação das pessoas. Não é uma decisão simples. Prorrogar acho que é um consenso. O que vai se debater é o valor — disse Maia.

O valor atual foi definido pelo Congresso Nacional. A proposta encaminhada pelo governo previa, inicialmente, um auxílio de R$ 200. Parlamentares defenderam o aumento para R$ 600.

Maia frisou, porém, que a redução do valor do auxílio para menos de R$ 600, defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, "pode ter consequências também na base da sociedade". A diminuição seria "muito ruim" e é possível estudar soluções intermediárias, como uma redução gradual em "escadinha", pontuou.

— O governo tem muitos programas. Talvez (possa usar) uma parte de orçamento novo e uma parte de programas que estão mal alocados — defendeu Maia.

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Programa é caro, diz governo

Ao falar com parlamentares da comissão de acompanhamento do coronavírus instalada no Congresso, o secretário do ministro Paulo Guedes, defendeu um novo formato para o programa.

— O auxílio emergencial será prolongado? Muito provavelmente sim, mas com outro perfil, com outro formato. É um programa valiosíssimo, de alta efetividade, mas também é um programa caro. Custa, em média, nesses três meses, algo como R$ 151,5 bilhões, o que, portanto, é um valor muito alto. Não cabe uma extensão muito prolongada nas nossas contas — disse Rodrigues

O secretário reforçou o posicionamento de Guedes ao dizer que a referência para a extensão deve ser o pagamento do Bolsa Família, que em média paga cerca de R$ 200 aos beneficiários .

— Uma prorrogação, por exemplo, de R$200 vai implicar um custo, por mês, de aproximadamente R$ 17 bilhões. Portanto, nós estamos atentos e queremos dar prioridade às camadas mais vulneráveis, aos segmentos mais vulneráveis da população — disse.

Reforma administrativa

Maia disse também que aguarda a proposta de reforma administrativa do governo federal para pautar, em conjunto, uma redução de gastos no Legislativo.

— O grande debate não é teto de gastos. É fazer a reforma administrativa. Qual? certamente será mais dura do que o governo tinha preparado no ano passado.