Economia

Auxílio emergencial: Caixa bloqueia milhares de contas após suspeita de fraudes

Reativação de poupança digital pode ser feita em agências ou através do aplicativo Caixa Tem
O aplicativo para acesso ao saque do FGTS é o mesmo utilizado para os saques do auxílio emergencial Foto: Divulgação
O aplicativo para acesso ao saque do FGTS é o mesmo utilizado para os saques do auxílio emergencial Foto: Divulgação

RIO - O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou nesta terça-feira que milhares de contas poupança digital do banco, movimentadas pelo Caixa Tem e usadas para o crédito do auxílio emergencial, foram bloqueadas por suspeita de fraude .

“Com a implementação rápida que tivemos que fazer para distribuir o auxílio lá no começo, sobraram algumas brechas de segurança. Em maio, em uma janela de dez dias, hackers acessaram milhares de contas. Identificamos todas e já corrigimos os problemas, mas pessoas honestas tiveram suas contas bloqueadas porque tivemos que salvar o dinheiro público”, disse Guimarães em entrevista do portal InfoMoney.

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Apesar do problema, o executivo explicou que os correntistas não serão penalizados por terem sido hackeados. “Para ter acesso à conta basta ir a uma agência com um documento em mãos e comprovar que a pessoa inscrita para receber o auxílio é realmente você e o dinheiro será liberado”, destacou.

Guimarães afirmou que a brecha da fraude se deu no início dos cadastramentos do Auxílio Emergencial .

"Temos as provas de que a grande maioria foi utilizadas por hackers. Mas algumas pessoas são pessoas honestas que foram penalizadas", afirmou.

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A Caixa informou que o aplicativo Caixa Tem "possui múltiplos mecanismos integrados de segurança, mantendo-se inviolável e seguro", e recomendou que os beneficiários utilizem apenas aplicativos oficiais da Caixa e não compartilhem informações pessoais. Segundo o banco, o bloqueio preventivo é feito para proteger os clientes.

Autenticação mais lenta pelo aplicativo

Ainda segundo a Caixa, os beneficiários que tiveram as contas suspensas receberão a mensagem “Procure uma agência da CAIXA com seu documento de identidade para regularizar seu cadastro”, e que devem seguir essa orientação para a regularização do acesso e conta.

"O banco esclarece que informações sobre eventos criminosos são repassadas exclusivamente às autoridades policiais, e ressalta que presta irrestrita colaboração nas investigações", destacou a instituição.

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Pedro Guimarães afirmou que a autenticação da identidade também pode ser feita pelo próprio aplicativo, entretanto, devido ao alto número de acessos pode haver lentidão no desbloqueio. “Nosso sistema demora cerca de três minutos nesse processo de liberação, mas temos centenas de pessoas na fila. Pode demorar alguns dias, mas os trabalhadores receberão os valores”, explica.

Retificação de beneficiários

Além das fraudes, Pedro Guimarães explicou que há um grupo de pessoas que, mesmo após ter recebido uma ou mais parcelas, pode ter tido o auxílio bloqueado – mas que nesse caso não há relação com golpes.

Isso acontece porque a Dataprev e o Ministério da Economia validam cada nova parcela depositada e conferem se o beneficiário realmente continua tendo direito ao auxílio emergencial.

“Isso porque muitas pessoas não precisavam receber os valores, mas aconteceu devido à rapidez da Caixa em montar o processo e distribuir o dinheiro”, afirma Guimarães.

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Segundo o presidente do banco, várias pessoas que estavam empregadas e não deveriam estar na base de dados do programa foram bloqueadas. Esse problema aconteceu principalmente no primeiro lote de aprovados em abril, que englobou cerca de 31 milhões de brasileiros – fora os pagamentos para os mais 19 milhões de brasileiros beneficiários do Bolsa Família.

Segundo Pedro Guimarães, cerca de 109 milhões de cadastros do auxílio emergencial já foram processados, sendo que 65,2 milhões de pessoas já receberam algum benefício e algo em torno de 43 milhões tiveram seus pedidos negados, segundo o presidente da Caixa. Até esta terça-feira, o valor total distribuído pelo auxílio emergencial já havia somado R$ 121 bilhões.