Economia

Banco Central antecipa Ata do Copom e marca entrevista com Campos Neto sobre coronavírus

O BC costuma divulgar a ata do Copom na terça-feira após a reunião; publicação será na segunda
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai falar sobre as ações contra os efeitos da crise do coronavírus Foto: Marcos Oliveira / Marcos Oliveira/Agência Senado
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai falar sobre as ações contra os efeitos da crise do coronavírus Foto: Marcos Oliveira / Marcos Oliveira/Agência Senado

BRASÍLIA - O Banco Central (BC) anunciou nesta sexta-feira que vai antecipar a publicação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária ( Copom ) para a próxima segunda-feira. A reunião aconteceu nesta semana e diminuiu a taxa básica de juros, a Selic, de 4,25% para 3,75%.

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Tradicionalmente, a Ata é publicada na terça-feira posterior à reunião. O documento costuma trazer detalhes dos motivos do Copom para tomar as decisões sobre a taxa Selic.

" Documento oficial do Copom, a Ata é publicada até a terça-feira subsequente à reunião ordinária do comitê e visa a garantir clareza e tempestividade da comunicação da política monetária" - diz a nota.

O BC também marcou uma entrevista com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para a manhã de segunda-feira para falar sobre as medidas da autoridade monetária na crise do coronavírus.

A coletiva vai ter a participação de cinco dos oito diretores do BC. A diretora de Administração, Carolina de Assis Barros, o diretor de Fiscalização, Paulo Souza, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, João Manoel Pinho de Mello, o diretor de Política Monetária, Bruno Serra Fernandes e o diretor de Regulação, Otavio Ribeiro Damaso estarão presentes.

Novas ações

Nesta semana, o Banco Central adotou duas medidas para dar estabilidade ao sistema financeiro que não aconteciam desde a crise financeira de 2008. Na quarta-feira, anunciou que iria passar a fazer "repo", que acontece quando o BC compra títulos da dívida brasileira denominados em dólar de instituições financeiras nacionais com o compromisso de revenda em até 30 dias.

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Desta maneira, a autoridade monetária coloca temporariamente dólares no mercado em um momento de escassez. A medida pode ajudar os bancos a terem mais liquidez, ou seja, mais recursos disponíveis para dar empréstimos ou enfrentar possíveis choques originados da crise do coronavírus.

Já na quinta, o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, anunciou um acordo com bancos centrais de nove outros países, inclusive o Brasil,  que prevê troca de reservas em dólar de até US$ 450 bilhões.

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Nessa operação, o Banco Central brasileiro, por exemplo, faz uma compra de dólares com compromisso de vendê-los para o Fed posteriormente, com o pagamento de juros. O acordo pode injetar até US$ 60 bilhões no mercado brasileiro.

Além disso, o BC continua atuando no câmbio com a venda de dólares das reservas internacionais, fazendo leilões de linha (com compromisso de recompra) ou por meio do swap cambial, que equivale a venda de dólares no futuro.