Economia

Bitcoin cai à menor cotação em dez meses, em meio à queda nas Bolsas globais

Criptomoeda chega a ser negociada abaixo de US$ 32 mil, com investidores fugindo de ativos de risco devido à alta global da inflação
Portal viu suas vendas dispararem durante a pandemia Foto: AFP
Portal viu suas vendas dispararem durante a pandemia Foto: AFP

HONG KONG E LONDRES - O Bitcoin, a moeda digital mais conhecida, atingiu seu menor patamar desde julho de 2021 nesta segunda-feira, com a queda dos mercados de ações continuando a prejudicar as criptomoedas , consideradas ativos de risco, assim os papéis de tecnologia.

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A cotação do Bitcoin caiu para US$ 32.763 pouco antes das 8h, no horário de Brasília, em sua quinta sessão consecutiva de queda. Por volta das 22h, a moeda era negociada a US$ 30.616, uma queda de mais de 10%.

Só este mês, a criptomoeda caiu 18,6%, perdendo mais da metade de seu valor desde que atingiu o patamar recorde de US$ 69 mil, em novembro do ano passado.

- Acho que tudo dentro da criptomoeda ainda é classificado como um ativo de risco e, semelhante ao que vimos com a (Bolsa eletrônica) Nasdaq, a maioria das criptomoedas está sendo atacada - disse Matt Dibb, diretor de Operações da plataforma de criptomoedas Stack Funds, com sede em Cingapura.

A Nasdaq caiu 1,5% na semana passada e perde 22% no acumulado do ano, prejudicada pela perspectiva de inflação persistente, que vem forçando o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) a aumentar os juros. Nesta segunda-feira, a Nasdaq desaba mais de 4%.

- Devido ao temor de aumento da inflação, a maior parte dos investidores adotou um enfoque de aversão ao risco - disse à agência Bloomberg Darshan Bathija, diretor executivo da bolsa de criptomoedas Vauld.

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Dibb citou ainda a habitual baixa liquidez do mercado de criptomoedas nos fins de semana, além do temor de que a stablecoin algorítmica chamada Terra USD (UST) possa perder sua atrelagem ao dólar.

Stablecoins são tokens digitais atrelados a outros ativos tradicionais, geralmente o dólar americano.

A UST é observada de perto pela comunidade cripto, tanto por manter indexação de 1:1 em relação ao dólar, quanto porque seus fundadores estabeleceram planos para construir uma reserva de US$ 10 bilhões em Bitcoins para apoiar a stablecoin. Ou seja, a volatilidade na UST tem o potencial de se espalhar para o mercado de Bitcoins.

O Ether, a segunda maior criptomoeda do mundo, ligada à rede Ethereum, caiu para US$ 2.360 na segunda-feira, o menor nível desde o final de fevereiro.