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Economia

Bolsonaro e Guedes buscam executivos de mercado para presidência do Banco do Brasil

Salário de R$ 68,8 mil, mais baixo que na iniciativa privada, limita opções. Entre novos cotados estão o ex-Santander Conrado Engel e o ex-Barinsul Mateus Bandeira
Agência do Banco do Brasil: governo busca nomes para presidir estatal Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Agência do Banco do Brasil: governo busca nomes para presidir estatal Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, estiveram reunidos na tarde de segunda-feira para discutir a sucessão no Banco do Brasil e chegaram a um consenso: seria dada prioridade a um executivo do mercado e, caso ninguém aceitasse o convite, o plano B seria uma solução interna.

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Segundo técnicos do governo, alguns executivos foram sondados e recusaram o convite por conta do salário. Como diretor de banco ou instituições privadas, eles ganham mais do que na presidência do BB, que tem salário fixo na casa dos R$ 68,8 mil, mais uma parte variável que pode dobrar o vencimento mensal.

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Ao longo do dia também surgiram novos cotados para a função. O economista Mateus Bandeira foi um dos nomes cogitados para substituir Rubem Novaes, que entregou sua carta de demissão na sexta-feira.

Bandeira foi candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo partido Novo. Ex-presidente do Banrisul, é visto como “alinhado” a Bolsonaro

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Também foi cogitado Conrado Engel, atual conselheiro da gestora General Atlantic e com passagem pelos bancos HSBC e Santander.

No fim de semana, os nomes cotados faziam parte da atual direção do BB. Entre eles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores; Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente corporativo; e o presidente do conselho de administração  do banco, Hélio Magalhães.

O pedido de demissão de Novaes foi informado ao mercado no início da noite da sexta-feira passada, por meio de fato relevante da instituição junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM, que regula o mercado de capitais brasileiro). No comunicado, o BB informou que a substituição ocorrerá em agosto.

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Novaes deixa o cargo sem conseguir privatizar o banco, seu principal desejo. E também em meio a uma cobrança de Bolsonaro por uma atuação mais incisiva do Banco do Brasil, especialmente na redução de juros.

O presidente tem comparado a situação do BB com a Caixa, que efetuou uma série de cortes de juros nos últimos meses e tem servido de vitrine para ações do governo federal.

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Em sua defesa, Novaes lembrava que o BB é uma empresa de capital aberto, com ações negociadas em Bolsa. Ele deve ser nomeado assessor especial de Guedes, mas passará a despachar do Rio.