Economia

Brasileiros já pagaram R$ 1 trilhão em impostos somente este ano

Valor já é maior do que o montante arrecadado até o mesmo período dos últimos dois anos segundo “Impostômetro”, da Associação Comercial de São Paulo
"Impostômetro", na sede da Associação Comercial de São Paulo, mede o valor de impostos pagos pelo brasileiro no ano Foto: Divulgação/Danielle Pessanha
"Impostômetro", na sede da Associação Comercial de São Paulo, mede o valor de impostos pagos pelo brasileiro no ano Foto: Divulgação/Danielle Pessanha

RIO — Desde o primeiro dia de 2021 até esta quarta-feira, a população brasileira já pagou R$ 1 trilhão em impostos aos governos federal, estaduais e municipais. O dado é do monitor de pagamento de impostos, o “Impostômetro”, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

De acordo com os cálculos do índice, a marca de R$ 1 trilhão arrecadados em imposto foi batida mais cedo este ano. Em 2020, o valor foi superado somente em 27 de junho e, no ano anterior, em 24 de maio.

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Na avaliação a associação, o aumento da inflação e a desvalorização do real frente ao dólar contribuíram para esse resultado. A entidade destaca ainda o crescimento do volume de compras on-line e pedidos via delivery este ano, ainda como efeito da pandemia.

— O comércio está sendo muito afetado na pandemia, mas atividades que geram muitos impostos cresceram bastante também — afirma Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP.

Solimeo completa:

— Alguns exemplos são as exportações e o montante das vendas em supermercados que, além de estar elevado, ainda proporciona maior arrecadação por conta dos preços dos produtos que vêm subindo.

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Apenas o Estado de São Paulo pagou 38% do valor total arrecadado esse ano ao poder público como impostos. Segundo a associação, o aumento da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de vários produtos impactou no montante.

O “Impostômetro” foi criado em 2005 e um monitor está instalado na fachada da sede da ACSP. Entram na contabilidade impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e a correção monetária. Os dados são obtidos de entidades públicas, como a Receita Federal e a Caixa Econômica Federal.