Brazil China Meeting
PUBLICIDADE
Por , Em Valor Econômico

O Brasil vai precisar formar novos quadros de mão-de-obra qualificada se quiser preencher as vagas que vêm sendo abertas no setor de inovação e tecnologia. O setor é considerado um dos mais promissores para novas parcerias entre o país e a China. E a falta de pessoal é um dos problemas enfrentados pelas companhias que já atuam no país, chinesas inclusive. Esta foi uma das principais conclusões do painel “Como os avanços chineses podem impulsionar a inovação e o desenvolvimento brasileiro” durante o Brasil China Meeting — uma iniciativa LIDE e Valor, com apoio institucional do GLOBO e CBN — que acontece em Shenzhen, na China.

Ao se referir ao problema, o presidente da Inovetech, Patrick Burnnet, citou estudo recente da Google que aponta um universo de 750 mil postos na área de tecnologia que não são ocupados no Brasil simplesmente pela falta de trabalhadores qualificados.

— É preciso investir em centros de formação de tecnologia, mas também no ensino de base — disse Burnnet, que é presidente do LIDE Inovação.

Instalada no país desde 2012, a companhia Hikvision, companhia de tecnologia de inteligência artificial, reconhece a dificuldade e vem investindo em formação de pessoal. Segundo Mario Ma, presidente da empresa no Brasil, que tem sede em São Paulo, a corporação tem programas de treinamento de novos talentos, que são formados antes mesmo de ingressar na companhia, que tem 400 empregados diretos no país e 5.000 colaboradores. Ele destacou a parceria da Hikvision com entidades como o Senai e um programa que inclui a presença de 20 estagiários instalados em todas as áreas da companhia.

Para Yang Jingnang, diretor executivo da AVIC BJ, uma das maiores empresas do mundo em soluções de engenharia para o segmento de cimento, parcerias na área de educação entre Brasil e China podem ajudar a resolver a questão.

Em sua apresentação durante o painel, o executivo afirmou que o setor de cimento continua crescendo no Brasil e apresenta grandes oportunidades de negócios com novas tecnologias e inovação, haja vista a ambiciosa meta de redução de 33% das emissões de carbono da produção cimenteira no país até 2050. Yang destaca que, em 2022, a construção civil expandiu-se 6% no país, quando o crescimento Produto Interno Bruto (PIB) não chegou a 3%. Isso, segundo ele, significa que há espaço para grandes projetos de eficiência energética a partir do investimento em matéria-prima e combustíveis alternativos, além da reutilização, redução e tratamento de resíduos e lixo proveniente dos processo de produção. Yang afirma que projetos como este favorecem não só o desempenho das empresas como as condições das cidades onde estão instaladas. Isso porque podem combinar o tratamento de resíduos e saneamento.

— O desenvolvimento verde de cimento pode ajudar no crescimento sustentável brasileiro — afirmou Yang, que também é diretor do conselho da KHD Humboldt Wedag, empresa de cimento alemã da qual a AVIC detém 90% do capital.

Segundo Ma, da Hikvision, inovação e tecnologia têm consequências importantes para o desenvolvimento das cidades brasileiras. Ele destacou os programas que sua empresa tem no Brasil na área de segurança pública com governos estaduais e polícia militar, que usam câmeras de segurança e de reconhecimento facial. É o caso de São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas. Elas servem para identificar placas de veículos roubados e até mesmo criminosos. Esses sistemas têm dado resultados, mas são alvo de críticas e desconfiança a respeito da segurança dos dados que armazenam. Ma tenta tranquilizar a plateia ao dizer que seus sistemas estão preparados para reagir a ciberataques. Ele também lembra que a empresa não tem acesso aos dados que seus equipamentos tratam. Essa é outra fonte de preocupação dos setores público e privado ao lidar com empresas chinesas sujeitas às rigorosas regras de Pequim.

— A Hikvision é fornecedora de equipamentos e não trabalha com dados, que estão guardados com os governos e a polícia — disse. Na lista de projetos para o futuro previsto para o Brasil, Ma destaca estão programas na área de Big data que podem ser usados por órgãos públicos. A ideia é que esses sistemas de inteligência sejam capazes de produzir relatórios para ajudar os estados e municípios a identificar problemas e gerenciá-los.

Mais recente Próxima Brazil China Meeting: confira os principais momentos do primeiro dia de conferência
Mais do Globo

A decisão do candidato da oposição de deixar a Venezuela por temer pela sua vida e pela da sua família ocorreu depois de ter sido processado pelo Ministério Público por cinco crimes relacionados com a sua função eleitoral

Saiba como foi a fuga de Edmundo González, candidato de oposição da Venezuela ameaçado por Nicolás Maduro

Cidade contabiliza 21 casos desde 2022; prefeitura destaca cuidados necessários

Mpox em Niterói: secretária de Saúde diz que doença está sob controle

Esteve por lá Faisal Bin Khalid, da casa real da Arábia Saudita

Um príncipe árabe se esbaldou na loja da brasileira Granado em Paris

Escolhe o que beber pela qualidade de calorias ou pelo açúcar? Compare a cerveja e o refrigerante

Qual bebida tem mais açúcar: refrigerante ou cerveja?

Ex-jogadores Stephen Gostkowski e Malcolm Butler estiveram em São Paulo no fim de semana e, em entrevista exclusiva ao GLOBO, contaram como foi o contato com os torcedores do país

Lendas dos Patriots se surpreendem com carinho dos brasileiros pela NFL: 'Falamos a língua do futebol americano'

Karen Dunn tem treinado candidatos democratas à Presidência desde 2008, e seus métodos foram descritos por uma de suas 'alunas', Hillary Clinton, como 'amor bruto'

Uma advogada sem medo de dizer verdades duras aos políticos: conheça a preparadora de debates de Kamala Harris

Simples oferta de tecnologia não garante sucesso, mas associada a uma boa estratégia pedagógica, mostra resultados promissores

Escolas desconectadas

O mito do macho promíscuo e da fêmea recatada surgiu de uma especulação de Charles Darwin para explicar a cauda dos pavões

Sexo animal

Cuiabá tem o maior tempo médio de espera, com 197 dias para o paciente ser atendido; e Maceió, o menor, com 7,75 dias

Fila para consulta médica no SUS dura mais de 1 mês em ao menos 13 capitais; tema vira alvo de promessas eleitorais