Brazil China Meeting
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Por , Em Valor Econômico

O setor de máquinas e equipamentos brasileiro que tem relações, vende e fabrica na China tem o que comemorar. Projeta-se para 2024 que o país asiático continue sendo o principal destino das vendas brasileiras do setor, assim como foi no ano anterior. Em 2023 houve o mais alto fluxo de exportações para os chineses nos últimos cinco anos — excluindo o excepcional 2021, quando o Brasil atendeu uma demanda significativa por máquinas e projetos de Pequim. O número bateu no expressivo volume de US$ 372 milhões exportados, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), consolidando o Brasil como a nona maior origem dessa transação.

— Analisando um período de cinco anos, temos um crescimento notável de 93% nas exportações em 2023, revelando desempenho sólido impulsionado por crescimento constante ao longo desse tempo. O cenário sublinha a importância da China como destino das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos — afirma Patrícia Gomes, diretora-executiva de mercado externo da Abimaq.

Estados Unidos e Alemanha também se destacaram nas exportações brasileiras, mas sem ameaçar a posição da China como principal destino. Empresas como a Embraco, que produz compressores e tecnologia para refrigeração, têm uma longa experiência com os parceiros chineses. A Embraco, inclusive, foi uma das primeiras a firmar uma joint venture com o país, ainda na década de 1980. Adquirida em 2019 pela japonesa Nidec Corporation, a empresa tem três fábricas na China: a de Pequim produz compressores residenciais e comerciais, e duas em Qingdao fazem controles e inversores para motores, além de partes para linha branca de eletrodomésticos.

— O que temos de aprender com a China é a velocidade e foco na execução, que gera um impacto enorme no desenvolvimento econômico — diz Guilherme Almeida, presidente da Nidec Global Appliance. — Isso se deve não só a questão cultural, mas também a investimentos públicos em infraestrutura, focados no apoio ao desenvolvimento de negócios locais e exportação.

No olho do furacão dos avanços tecnológicos, a empresa mantém 18 laboratórios e 100 engenheiros na China.

— De 2022 a 2023, investimos cerca de US$ 32 milhões para implantar novas tecnologias. Temos resultados palpáveis: ao longo do ano passado, registramos um aumento de 60% no volume de compressores fabricados na China para uso comercial — diz Almeida.

Lidar com o mercado chinês é ver-se em transformação constante e aproveitar as oportunidades nos negócios.

— Temos percebido um movimento de ‘desglobalização’, que deve se acentuar nos próximos anos, alterando o cenário de fornecedores globais. Esse contexto pode ter impactos positivos para nós, no sentido de ampliar nossas exportações em especial para a Ásia e países próximos — afirma o executivo da Embraco, que vê perspectivas ótimas para 2024, incluindo para quem exporta para a China.

Outra empresa com know-how sobre o país é a Marcopolo, que fabrica carrocerias de ônibus e atualmente também desenvolve soluções de eletromobilidade. Ela conta com uma operação na cidade de Changzhou desde 2017. Lá, tem um centro de desenvolvimento de parcerias locais que atende diferentes países de Ásia, África e Oceania, produzindo e exportando, inclusive para o Brasil, peças, componentes, ônibus e carrocerias.

— De janeiro a setembro de 2023 produzimos 91 unidades na China, enquanto no mesmo período, em 2022, fabricamos 79 ônibus. Isso representa um crescimento de 15,2% — diz José Luiz Moraes Goes, diretor de operações internacionais e comerciais para o mercado externo da Marcopolo.

Para 2024, a empresa prevê produção elevada e tem o objetivo de manter exportações para mercados tradicionais como Austrália e Hong Kong.

— A China enxerga a América Latina e, principalmente, o Brasil com bons olhos. Aqui existe um mercado maduro e com um interessante volume de negócios — diz Goes.

Ele lembra também que a China é considerada uma grande fabricante de baterias e componentes para ônibus elétricos, cuja demanda mundial cresce em função da busca por veículos menos poluentes.

— Inclusive a China está explorando novas alternativas para a descarbonização dos meios de transporte, como os ônibus movidos a hidrogênio.

As exportações de máquinas brasileiras para a China, no entanto, podem enfrentar desafios. Isso ocorre por conta de divergências nos padrões técnicos e normas, demandando ajustes específicos. Questões logísticas e geográficas impõem obstáculos adicionais, elevando custos e prolongando os prazos de entrega.

— A intensa concorrência global e a presença robusta do mercado chinês acentuam a necessidade de estratégias eficazes para destacar-se neste cenário competitivo. É um panorama desafiador para os exportadores — destaca Gomes, da Abimaq.

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