Economia

Caixa e Banco do Brasil preparam medidas para apoiar empresas em meio à crise do coronavírus

Bancos estatais informaram que irão reforçar linhas de crédito
Fachada do Banco do Brasil Foto: Reprodução
Fachada do Banco do Brasil Foto: Reprodução

BRASÍLIA - Diante do nervosismo dos mercados nesta segunda-feira, agravado pela tensão internacional envolvendo o petróleo, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal vieram a público para informar que vão reforçar as linhas de crédito, sobretudo de curto prazo, como capital de giro, por exemplo,  para apoiar as empresas em caso de aperto no fluxo de caixa.  O presidente da Caixa, Pedro Guimarães,  disse que o momento é "importante" e que a instituição já está se preparando, embora acredite que a situação seja passageira porque não vê mudança estrutural na economia brasileira.

Ele destacou que a Caixa manterá o foco no setor da construção civil e de micro e pequenas empresas. O banco deixou de atuar nos grandes segmentos empresariais. A demanda nesse momento é por linha de crédito, não por juros mais baixos, pois, segundo Guimarães, as taxas já foram reduzidas.

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— Se tiver necessidade de capital de giro de curto prazo, estamos totalmente abertos para ajudar — afirmou.

O agravamento da crise foi discutido pela diretoria do BB na manhã desta segunda-feira. Logo depois, o presidente do banco, Rubem Novaes, divulgou nota, sinalizando que vai oferecer algum tipo de suporte aos clientes para atravessar a turbulência.

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" O Banco do Brasil está preparado para ser a ponte necessária para os nossos clientes e empreendedores nos momentos de volatilidade e de necessidade de capital de giro", diz  Novaes na nota, acrescentando que a  confiança na retomada da economia continua inalterada.

Segundo fontes do BB,  o objetivo da nota foi de afastar rumores de que a instituição iria frear o crédito às empresas com  medo da inadimplência. Além de capital de giro, o banco pretende reforçar a linha de apoio à exportação.

O crédito agrícola, por exemplo, onde o banco tem forte atuação é impactado pela alta do dólar. Na nota, Novaes considerou natural a exaltação dos ânimos do mercado, diante das incertezas, mas que os fundamentos da economia continuam sólidos.

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"O coronavírus e o stress internacional são pontuais e transitórios", destacou Novaes.

O pânico nos mercados também foi assunto de reunião comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, com sua equipe de secretários. Mas segundo interlocutores, medidas pontuais para ajudar as empresas ainda não estão no radar da equipe econômica

Na crise internacional de 2008, por exemplo, o governo ampliou o prazo para o recolhimento de tributos para dar um fôlego às empresas.

Segundo interlocutores, Guedes quer aproveitar a situação para acelerar as reformas e deve encaminhar ao Congresso ainda nesta semana a reforma tributária. Já a administrativa ainda depende de uma avaliação se o momento político é adequado.

— A avaliação é que a crise escancarou os problemas e a necessidade urgente das reformas — disse um integrante do governo.