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Por Amanda Pinheiro*; Gabriel Martins


Para mulheres. A economista Gabriela Mendes criou o curso No Front Empoderamento: “As mulheres, principalmente as negras, têm uma história em torno do dinheiro que precisa ser resgatada” Arte sobre foto de Edilson Dantas — Foto:
Para mulheres. A economista Gabriela Mendes criou o curso No Front Empoderamento: “As mulheres, principalmente as negras, têm uma história em torno do dinheiro que precisa ser resgatada” Arte sobre foto de Edilson Dantas — Foto:

RIO - A quantidade de mulheres que investem em renda variável ainda é pequena, quando comparada com a dos homens, mas a presença feminina tem aumentado. Em 2014, elas eram 137 mil, de acordo com dados da Bolsa brasileira, a B3. Em julho, já somavam 270 mil, praticamente o dobro em quase cinco anos (97%).

Embora o ritmo de crescimento de investidores homens seja maior (123% no período), elas vêm ganhando cada vez mais confiança para investir. Em parte devido ao surgimento de cursos de educação financeira voltados exclusivamente para elas.

A falta de informação é apontada como um dos principais obstáculos ao crescimento da participação feminina na Bolsa, ao lado da menor renda (17% inferior à dos homens) e do perfil mais cauteloso.

A economista Gabriela Mendes, de 24 anos, percebeu a carência de plataformas que tratam de investimentos para o público feminino e criou o curso No Front Empoderamento. Ela conta que, ao observar tal distanciamento entre o mundo dos negócios e as mulheres, desenvolveu um método de ensino por meio das músicas do grupo de rap Racionais MCs.

— Atualmente, 80% do meu público são mulheres, e eu trabalho com uma linguagem acessível. Por causa dessa parcela expressiva, criei o curso de educação financeira básica para mulheres. Em março, o No Front participou da primeira edição do WomanWill, o programa de capacitação promovido pelo Google — comemora.

Gabriela diz que o interesse das mulheres em investir e controlar as contas vai além da necessidade que elas têm de tomar as rédeas de suas finanças. Isso, ressalta, envolve uma questão histórica:

— As mulheres, principalmente as negras, têm uma história em torno do dinheiro que precisa ser resgatada. Hoje, conseguimos ver mulheres empreendendo, controlando suas finanças e, agora, investindo. Eu, como investidora, procuro passar segurança para as alunas, porque é um assunto que ainda gera preocupação.

Somente este ano, a presença feminina cresceu mais de 50%. No fim de 2018, elas somavam 180 mil e agora são 270 mil.

Uma das que engrossaram as estatísticas foi a advogada Mariana Paranhos, de 42 anos. Depois de participar de um curso, ela resolveu investir. Para Mariana, esse movimento é consequência do avanço da presença feminina no mercado de trabalho.

— Assim que meu filho nasceu, fiz um curso sobre finanças e tomei coragem para investir. Desde então, mantenho o controle do orçamento para ter conforto e mais tempo na família. Hoje, as mulheres têm rendas que permitem não só poupar, mas investir também — destaca Mariana.

Falta de informação

Para Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama, o que ainda impede uma maior participação de mulheres no mundo das finanças é a falta de informação.

— A princípio, as mulheres têm um perfil mais cauteloso quando não têm informação suficiente sobre o tipo de investimento. No momento em que elas compreendem os conceitos, conseguem mudar o perfil de investimento de conservador para arrojado — explica a consultora.

Sandra afirma, ainda, que as mulheres possuem características que contribuem para que tenham uma carteira com investimentos em renda variável — que trazem maior risco do que a renda fixa —, como a visão a longo prazo e a cautela.

— O fato de a mulher ter responsabilidades como trabalho e família faz com que ela tenha cautela. Dessa forma, ela analisa detalhadamente antes de investir, além de ter uma visão de longo prazo maior do que a dos homens. Mulher não entra na Bolsa para jogar, ela faz logo investimentos mais acertados .

*Estagiária sob a supervisão de Gabriel Martins

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